No antigo matadouro o museu de botânica
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de janeiro de 1984
Há muito tempo que se pergunta qual o destino que se poderia dar ao antigo Matadouro Municipal, desativado há mais de 20 anos, no bairro do Guabirotuba. Já em sua primeira administração, o arquiteto Jaime Lerner pensou em ali implantar um grande centro étnico, espécie de feira (permanente) das nações, representativas dos vários povos que formaram o Paraná. O arquiteto Rodolfo Doubek Filho chegou a fazer um bonito projeto, mas a idéia não andou. Atualmente, a quase centenária construção serve como um grande depósito municipal, já qu o prefeito Maurício Fruet afirma terem sido recolhidos, em diferentes pontas da cidade, cerca de 800 abrigos de ônibus, em acrílico, que estavam abandonados, além de manilhas e outros materiais. Entretanto, a localização e o estilo da construção do antigo Matadouro justificam melhor aproveitamento e entre as idéias que estão no gabinete do alcáide, há duas: de um lado, o Departamento de Obras, que pretende apropriar-se do local para ali estender suas unidades e depósitos. De outro, uma sugestão bem mais simpática, incorporar o prédio do antigo Matadouro ao horto do Guabirotuba, e transformá-lo num grande museu botânico. Para isto, há um fator que conta muito: a prefeitura tem entre seus técnicos, um dos mais respeitados botânicos brasileiros, amigo pessoal do paisagista Burle Marx, que o reconhece como uma as grandes autoridades em nossa flora. Gerdt Guenther Hatschback seria a pessoa indicada para implantar fisicamente um museu botânico modelo (já existente em mini-escala) capaz de se tornar inclusive uma atração internacional, tal a variedade de plantas que aqui existem graças ao conhecimento de Hatschback a respeito. Em São Paulo, quase um século depois, o edifício do Matadouro Municipal de Vila Mariana será devolvido a população. Inaugurado em junho de 1887, agora o Departamento do Patrimônio Histórico da capital paulista, planeja restaurar, embora com uma outra função.
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