No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de outubro de 1987
O professor Teófilo Bacha Filho, 41 anos, assessor especial do governador Álvaro Dias, acompanhou todas as sessões da I Mostra do Cinema Latino-Americano, na semana retrasada. Não só porque é fã do bom cinema, mas também porque veio para a mostra um velho amigo, o jornalista Wlademir Soares, do "Jornal da Tarde" e também sócio do mais badalado restaurante da intelectualidade paulista - o Spazo Pirandelo. Na abertura da Mostra, quando foram homenageados os pioneiros do cinema paranaense, Teófilo recebeu a medalha em nome de Wlademir Kozak, o cinegrafista que documentou a (hoje extinta) tribo dos xetás. Kozak morreu sem deixar nenhum descendente em Curitiba e foi amigo de Bacha.
xxx
Uma boa sugestão feita pelo publicitário Roberto Simões, especialista em marketing, no suplemento "Espaço em Comunicação" que Sílvia Dias edita em O Estado do Paraná: a reunião num elepê-brinde do Sir, dos inúmeros trabalhos que o maestro Lindolfo Gaya ali criou. Mesmo trabalhando em publicidade, Gaya sempre mostrou seu enorme talento e do que ficou gravado por Carlos Freitas pode resultar um belo disco. Aliás, está na hora do hoje bilionário Percy Tamplim, dono do Sir, em investir em projetos que não sejam apenas lucrativos. Com seu equipamento moderno e os bilhões que sua empresa fatura, pode se tornar o maior produtor de cinema e discos do Sul. E ainda evitar ter que pagar 50% de seus lucros ao leão da Receita Federal.
xxx
O jornalista Eduardo Sganzerla está agora na sucursal da "Gazeta Mercantil", em Curitiba. Para a "Folha de São Paulo" foi Joel Sampaio, ex-repórter esportivo da "Folha de Londrina".
xxx
Érico da Silva, catarinense de Itajaí, 30 de seus 54 anos vivendo em Curitiba, hoje o artista plástico mais bem sucedido do Paraná, volta a expor a partir de amanhã na Acaiaca. Com seus óleos de fortes cores, Érico conseguiu um mercado nacional (e mesmo internacional), que o faz ter toda sua produção adquirida antecipadamente. Só por isto é que expõe raramente entre nós. Nostálgico, Érico voltou-se aos seus tempos de garoto pobre (chegou até a fazer parte de um circo). Érico denominou sua individual de "Evocações" e, no convite, a título do texto, colocou o poema "Meus oito anos" de Casimiro de Abreu (1839-1860): "Oh! Que saudades que tenho/Da aurora da minha vida/Da minha infância querida/Que os anos não trazem mais!"
Enviar novo comentário