No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de janeiro de 1990
Flautista, professora, pedagoga, com cursos de especialização no Instituto Orff, em Viena (onde residiu por 3 anos e meio), a criativa Marina Samways foi uma das quatro brasileiras convidadas para retornar a Áustria, em julho próximo, levando um amplo relatório de aplicação na prática do que aprendeu naquela instituição.
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Antes de viajar, Marina promove um curso de percussão e dança africana com Bamamura, do Senegal e uma temporada do grupo revelação de 1988/89 - Invoquei o Vocal, de Brasília. As promoções serão no Sesc da Esquina, espaço no qual, no primeiro semestre de 1989, Marina apresentou excelentes grupos instrumentais - num trabalho que deveria ter, aliás, prosseguimento.
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Ainda de Marina: através de cursos de musicalização , vem prestando um excelente assessoramento em várias escolas, despertando nas crianças o entusiasmo pela boa múisca. Em colaboração com Elisabeth Titon fez um vídeo a respeito do trabalho que vem desenvolvendo.
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Enquanto revistas tradicionais desaparecem, a "Oeste", editada em Cascavel por Deoclídes Rodrigues e Heinz Schimdt, amplia cada vez mais a sua circulação. Voltado ao regional - mas com uma visão ampla a publicação tem dado espaços a grandes temas. No último número publicou a polêmica entrevista do secretário Roberto Requião, que fez com que a edição tivesse a circulação ampliada.
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Na mesma edição, o repórter Roberto Marim conta sobre o original restaurante-confeitaria que um gaúcho, Aurélio Dal Pozzo, 63 anos, construiu às margens da BR-277, no Km 604, em Matelândia, em forma de castelo medieval. Com três pisos, a obra levou vários anos para ser concluída - a partir do projeto do desenhista Claudino Bozio ("Xara") e com um habilidoso mestre-de-obras, Camilo Bizinela, erguendo pedra sobre pedra (e também alguns tijolos) para dar uma paisagem diferente às margens da rodovia.
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Fernando Ligocki, 35 anos, coordenador do departamento de vídeo da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, não fica apenas na realização de trabalhos técnicos e promocionais. Aproveitou suas horas de folga e fez um documentário sobre um original artista plástico, o escultor Jackson Ribeiro, paraibano de Teixeira, 62 anos completados em 30 de outubro, há 10 anos vivendo em Curitiba. Com várias premiações internacionais, Jackson vive hoje anonimamente, embora sem deixar de fazer grandes esculturas em ferro.
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Fernando já teve um vídeo, "O Dia das Mãos", premiado num concurso promovido pela Pfox, há algum tempo. Entre seus projetos, a realização de vídeos sobre outros artistas plásticos paranaenses.
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A mensagem de Natal da Exclam Comunicação demorou para chegar. Mas é bonita e otimista, trazendo o seguinte texto: "Abra espaço para esta nova idéia: estamos vivendo numa democracia. 1990 está aberto para o diálogo. Está aberto para a integração, para o entendimento, para a reconstrução. Vamos preencher este espaço anunciando, trocando idéias, participando do desenvolvimento de nosso país. A democracia tem que ser vivida e comunicada".
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A bibliotecária Leila Guimarães, esposa do jornalista e TV-man Carlos Marassi, esteve em Moscou por 30 dias e voltou impressionada com o bonito trabalho que um radialista da principal emissora da capital russa, Yuri Martirossov, 29 anos, faz da música brasileira. Em seu programa "Alô Brasil!", Yuri procura divulgar nossos ritmos e está interessado em conseguir gravações atualizadas. Sensíveis, os moscovitas estão se entusiasmando com os nossos ritmos.
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Londrinenses na vanguarda: na primeira quinzena de dezembro, circulou a revista "K'an", que em seu número 3 trouxe poemas de Paulo Leminski (do seu livro inédito "La Vie en Close"), Arnaldo Antunes e Alice Ruiz, além do esboço de uma peça (que não chegou a ser concluída) do escritor-dramaturgo-cineasta José Agrippino de Paula. A revista teve lançamento na Brasiliense, em São Paulo, que cuida de sua distribuição (Ncz$ 40,00). Pode ser solicitada pelo correio (caixa postal 65, Londrina).
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Verinha Walflor, em justíssima temporada de férias após ter sido a mais ativa promotora de espetáculos em 1989, ainda não definiu seu calendário de atividades para 1990. Entre os espetáculos que estão em suas cogitações para trazer a Curitiba está "Orlando", de Virginia Woolf (1882-1941), que na adaptação de Sérgio Sant'Anna, direção de Bia Lessa e com Fernanda Torres e Julia Lemmertz nos papéis centrais, estreou dia 16 de novembro no mais novo auditório do Rio de Janeiro - o teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (Rua 1o de Março, 66).
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O espetáculo agradou tanto que foi relacionado entre os cinco melhores do ano no júri da Fundação Nacional de Artes Cênicas. Os outros 4 espetáculos que entraram na relação foram "Marcio Vianna"; "Jardim das Cerejeiras", direção de Paulo Mamede; "A Trágica História do Dr. Fausto". direção de Moacyr Góes e "A Estrela do Lar", direção de Mauro Rasi. Este, aliás, é no entendimento de Verinha "o espetáculo do ano" - e ela já tentou convencer a atriz-produtora Marieta Severo a trazê-lo a Curitiba. Resposta da mulher do Chico: "Nem pensar".
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O mesmo júri que escolheu os melhores do ano indicou também os destaques do segundo semestre nas 12 categorias em que o prêmio é atribuído. Os finalistas de cada categoria concorrerão a um troféu e a um prêmio em dinheiro em festa já tradicional da classe, na Escola Nacional do Circo, no dia 5 de fevereiro. Os vencedores só serão conhecidos na hora.
LEGENDA FOTO - Fernanda Torres em "Orlando ", um dos 5 melhores espetáculos teatrais montados no Rio em 1989.
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