No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de março de 1989
Com exceção de "A História do Futebol Paranaense", de Helenico (Francisco Cardoso), bem intencionada mas, naturalmente, incompleta visão geral do esporte no Paraná, é pobríssima a bibliografia especializada. Portanto, meritório o trabalho que Heriberto Ivan Machado, 38 anos, paranaense de Santo Antônio do Sudoeste, há 10 em Curitiba, professor de Inglês e Literatura do Colégio Bento Munhoz, vem fazendo há anos: um completo estudo sobre o Clube Atlético Paranaense, do qual é torcedor desde 1966 e atualmente seu diretor do Patrimônio Histórico.
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No arquivo de O Estado do Paraná, folheando dia a dia as páginas de nosso matutino (e a partir de 1956, da Tribuna do Paraná), Heriberto vai reconstituindo todos os jogos do Atlético para um futuro livro, que inicia em 1924, ano em que o clube foi fundado - no dia 26 de março. Já fez 2.500 xerox, reuniu milhares de fotografias mas, como sério pesquisador, Heriberto diz que "o trabalho ainda está no caminho, sem data para terminar".
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Outro historiador, só que este de assuntos polêmicos, José Joffily, feliz da vida: recebeu uma carta, em espanhol, de Tatiana Koróblinka, diretora da Biblioteca Central em Moscou, cumprimentando-o pelos seus trabalhos de revisão da história. E anunciando a possibilidade de "Harry Bergar", seu penúltimo título - sobre a participação do agente do PCB no processo revolucionário brasileiro - ter uma edição de milhões de exemplares em russo.
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Razão não falta para o vereador e comunicador Luís Carlos Martins sorrir bastante: o último Ibope mostra que seu programa das 9 às 12h, na Atalaia, tem audiência de 34,7% (70% de mulheres). Os concorrentes mais próximos - Rádio Cidade e Clube, ficam em modestos 18,16% e 11,06%, respectivamente.
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O secretário René Dotti gosta de nomear gente para os múltiplos conselhos de sua pasta. Ao conselho de curadores da Casa João Turim acrescentou mais um nome: o escultor Alfi Vivern.
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Literatura policial tem público seguro. É portanto natural que a Record traga a série de histórias produzidas sob encomenda por autores de renome internacional convidados pela editora inglesa Hutchinson. O primeiro volume é "As Moças de Missalonghi", de Collen McCullough, ao qual já estão se seguindo "As Pedras no Caminho" (Hearststones), de Ruth Rendell e "Fuga do Abismo" (Out of the whirpool), de Alan Sillitoe. As chamadas "Hutchinson Novelles" são escritas por competentes autores da narrativa contemporânea que procuram atender aos leitores de nossos dias agitados: leves, românticas, modernas e com número exato de páginas para que o leitor não as troque por uma fita de vídeo ou algo mais digestivo.
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Além das três novelas acima citadas, a Record já programou os lançamentos de "Música em Surdina" (Frozen music), de Francis King; "Cisne Negro" (Black swan), de Christophe Hope e a obra, ainda sem título em português, de Malcolm Bradbury, "Cuts".
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Embora o projeto de "O Drama da Fazenda Fortaleza" tenha sido congelado, a cineasta Berenice Mendes não deixa de continuar a montar a equipe de seus sonhos para o seu longa-metragem. Durante o Carnaval, em Florianópolis, o poeta Paulo Leminski lhe apresentou Rogério Duprat, que passava as férias na Ilha. Bastaram 30 minutos de prosa, o que somando à admiração que Berenice sempre teve para com o vanguardista maestro paulista - para que ele topasse fazer a música do filme, "quando este sair". Se sair, já que a situação do cinema brasileiro continua feia...
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A Melhoramentos não prega prego sem estopa e sabe fazer best-sellers. Assim é que publicou "O Primeiro Homem na Minha Vida", da jornalista alemã Karin Arndt, que entrevistou dezenas de mulheres, começando por perguntar: "Fale sobre seu pai". E, na maioria das vezes, ouviu um "não" como resposta. Muitas mulheres disseram mesmo que não queriam nem pensar no pai, quanto mais falar sobre ele. Mas houve também as que falaram e o livro reúne 14 depoimentos, mostrando vários tipos de pai: o autoritário, o violento, o avarento, o mesquinho, o ausente, o homem ideal e até o pai incestuoso ou o que levou um amigo para dormir com a filha de 15 anos.
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