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Aramis

No campo de batalha

Copinha - o grande Nicolino Cópia (1910-1984), flauta mágica que encantou várias gerações e desde os anos 20 esteve fazendo a melhor MPB, espiritualmente estava presente. Se vivo estivesse, por certo não ficaria apenas no altar, ao lado de sua neta, a bela Cláudia, na hora em que seus pais, Rubens e Maria Helena Cópia a entregaram ao noivo, o engenheiro e professor Carlos Augusto Sperandio. O som de Copinha na flauta com que sempre emocionou a tantos se espalharia pela igreja Cristo Rei, no último sábado, 15 de julho. xxx Cláudia Cópia e Carlos Augusto Sperandio, agora esposos, em viagem de lua de mel pela Argentina, permanecerão em Curitiba. Rubens Cópia, 49 anos e sua esposa, Maria Helena, após 12 anos de vivência em Curitiba, retorna ao Rio de Janeiro. Executivo da Supergasbrás, Rubens recebeu uma promoção irrecusável: a direção do maior terminal de gás da empresa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. xxx Do Rio de Janeiro, o cineasta Luiz Carlos Lacerda , o estimado "Bigode", realizador de "Leila Diniz" e que com quase 30 anos de cinema já participou de mais de 50 produções, conta que está viabilizando o projeto "Surfista de Trem". Com o seu sócio, produtor Carlos Diniz, já levantou recursos para deslanchar este filme que abordará um tema social - os passageiros (sic) que "viajam" nos tetos dos trens suburbanos no Rio de Janeiro. "O roteiro está em preparação. Em agosto e setembro escrevo o tratamento final, outubro preparo tudo e devo rodar em novembro e dezembro, se Deus quiser". xxx Bigode explica: "Trata-se de um filme urbano, o universo da juventude de Zona Norte, a violência como pano de fundo. Romeu e Julieta dos anos 90. O ator principal está entre Jonas Torres (o "Bacana" de Armação Ilimitada) e Paulo Vinícius (que fez o filho do "Boto" no filme de Walter Lima Júnior). A menina vai depender ainda de uma definição, mas Diogo Vilela e Louise Cardoso (que foi a Leila Diniz) estarão no filme. O Cazuza vai escrever a letra do tema musical e estou pretendendo convidar o Marcelo Dusrt para a fotografia, depois do seu trabalho que eu vi no curta "Dov é Meneguetti?", de Beto Brandt, exibido em Gramado". xxx Quando se fala tanto das micro-empresas - e sua função na economia brasileira - eis que surge um livro dos mais oportunos: "A Grande Importância da Pequena Empresa - A Pequena Empresa nos Estados Unidos, no Brasil e no Mundo", de Steven Solomon (posfácio de Paulo Lustosa, editorial Nórdica, 408 páginas, NCz$ 25,20). Solomon, jornalista especializado em assuntos econômicos e financeiros ("The Economist", "The New York Times"), mostra números impressionantes: mais de um milhão e meio de americanos dá início, anualmente, a pequenas empresas. Dez milhões esperam copiá-los, freqüentando cursos, recolhendo informações, fazendo poupanças para futuros investimentos. Um ímpeto que está sendo estudado e adotado em nações européias, no Japão e até em países comunistas. xxx No Brasil, as pequenas e micro-empresas "representam mais de 90% dos estabelecimentos comerciais, empregam 65% de mão de obra, pagam 42% dos salários e respondem por 54% da produção nacional", informa Paulo Lustosa, do Cebrae, no elucidativo posfácio, que torna assim, de grande interesse nacional, esta obra informativa e up to date sobre a economia. xxx Orígenes Lessa (1903-1986) dedicou-se ao conto, ao romance, à reportagem, as histórias infantis e a publicidade com igual êxito. Mas foi no conto, que estreou há 60 anos, que se sentia mais a vontade e deixou nove livros com pequenas histórias. Um deles, "Um Rosto Perdido", está saindo em terceira edição (José Olympio, 104 páginas), no qual com sua prosa ágil e concisa, apresenta contos espontâneos, de frases breves, diálogos intensos, nitidez constante. Há realismo e lirismo na dose certa. xxx Depois do best-seller "Eu, sua Mãe" (um ano entre os mais vendidos), Christiane Collange volta com um novo título: "Filhos Queridos" (Rocco, 196 páginas). Escritora e jornalista parisiense, mãe de 4 filhos adolescentes, Christiane diz que "nenhuma emoção, nenhum prazer se compara a uma casa cheia de filhos". Alarmada com as contradições resultantes do progresso tecnológico (a diminuição da natalidade, o prolongamento da vida), lembra os riscos da extinção que as populações da França e Alemanha correm, por exemplo. Abomina casais que preferem os animais domésticos às crianças e lamenta os filhos únicos, investindo contra as autoridades governamentais para que cuidem cada vez mais para proteger famílias numerosas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
21/07/1989

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