Nova Emissora para Curitiba
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de janeiro de 1985
Além da FM de finalidades educativas e culturais que a misteriosa Fundação São Sebastião se prepara para colocar no ar em Curitiba, outra emissora poderá entrar no disputado mercado ainda este ano.
Nada menos que onze diferentes grupos estão numa concorrência pública pelo 17º canal de AM – na freqüência de 550, que, no passado, já pertenceu à Guairacá, à Iguaçu e mesmo à Estadual. Dentro do mapeamento que regulariza as concessões radiofônicas, essa freqüência sofreu várias permutas e acabou ficando vaga. Assim, apesar do mercado estar congestionado, há sempre grupos interessados me Ter uma nova emissora.
A valorização dos canais de rádio, tanto AM como FM, tem sido tão intensa, nos últimos anos, que obter uma concessão passou a ser o sonho de empresários e, especialmente, políticos. Ainda recentemente, o locutor Rogério Wolf dos Santos, proprietário da AM-Rádio Globo, ex-Cruzeiro do Sul (que teve em Samuel Silveira o primeiro proprietário), recusou a oferta de Cr$ 440 milhões, feita por um grupo capitaneado pelo vereador Horácio Rodrigues. Wolf dos Santos estabeleceu em Cr$ 1 bilhão o valor de sua AM, considerando não só o prefixo, mas o imóvel que possui e no qual instalou a antena retransmissora.
Com a mudança de governo e, naturalmente, a chegada de novos grupos de decisão política nos altos organismos que definem as concessões e renovações, muitos se animam enquanto outros, naturalmente, se preocupam. Curitiba tem hoje quinze emissoras em AM e dez em FM, disputando um mercado publicitário dos mais reduzidos. Assim mesmo, nenhum proprietário, por mais queixas que faça, se dispõe a ceder seu prefixo por menos de muitos e muitos milhões.
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