Nymphas podem morrer por falta de auxilio
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de maio de 1984
Um trabalho regular de 8 anos, mais de duzentos shows feitos em quase todas cidades importantes do Paraná ( e algumas apresentações fora do Estado ), um compacto simples e um elepê, elegios ( merecidos ) nacionais em este ano, a inclusão ( pelo critico Zuza Homem de Mello ) entre os grupos vocais, categoria revelação do VI Juri Playboy da MPB. Eis uma breve sintese do trabalho do grupo as Nymphas, que desde outubro do ano passado amarga um prejuizo crescente de Cr$ 2 ,milhões, após a temporada de " Tons & Batons" ( auditorio Bento Munhoz da Rocha Neto, Teatro Guaira e, descrente da possibilidade de continuarem uma carreira profissional no Paraná, decidiu adotar o esquema de "armadoras de luxo". Ou seja: suas integrantes só reúnem para cantar quando existe alguma boa possibilidade, que não lhes traga novos prejuizos. Pois até agora, as seis idealistas e encantdoras meninas têm amrgado frustrações financeiras apesar dos aplausos do público carinhoso e apoio da impensa.
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Durante mais de um ano, entre 1891/82 utilizando suas economias resultados de shows aplicados en caderneta de poupança. As Nymphas pagaram o custo do estúdio, o trabalho de músicos para gravarem 12 faixas de um belo elepê. Que estaria inédito até hoje se não fosse a sensibilidade do ex-governador Ney Braga, que em maio de 1982, antes de passar o governo para viver Hosken de Novaes patrocinou o evento Brasil de todos os campos, posibitando não apenas a edição do elepê da meninas, mas também o de Reinaldinho igualmente gravado no mesmo esquema de sacrificio. Os dois discos venderam bem, sendo que os das Nymphas se encontra esgotado. Agora, há seis meses,Mara Fontoura, lider do grupo, vem tentando conseguir subvenção ou mesmo um financiamento que permita a reedição do álbum de custo barato já que a matriz está pronta e os fotolitos de capa e contracapa também.
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Na secretaria da Cultura e Esporte ( sic! sic! ), conta Mara, nem sequer conseguiu chegar ao gabinete do titular, Bloqueada por assessoras do segundo time, a resposta foi sempre a mesma: "Não temos verbas".
Mara e suas colegas não querem privilégios. Precisam apenas uma subvenção ou financiamento ao redor de Cr$ 600 mil para pagarem a reedição do disco, propondo-se, dentro de curto prazo, a devolver a importância recebida ou moeda, ou atrvés de shows plenamente justificaveis considerando o nivel artistico do grupo. Mas a insensibilidade ( melhor dizendo, a má vontade e estupidez ) do organismo cultural não vê este lado e embora milhões estejam sendo detonados em discutiveis promoções ( anuncia-se atualmente um carissimo festival em Londrina, com contratações a peso de ouro de professores e músicos de vários Estados), as Nymphas simplesmente não são sequer ouvidas em suas reinvidições.
Na fundação Cultural de Curitiba, a mesma insensibilidade. Alegações de falta de recursos como se o grupo não tivesse uma proposta válida e inclusive que permite o retorno do que for investido em espetáculos ou mesmo em dinheiro.N a iniciativa privada a situação não é melhor: em outubro último, buscando apoio publicitário para custar a promoção do show "Tons & Batons", que poderia levar maior público ao Guaira, receberam esferrapadas ( e até ofensivas ) desculpas dos diretores de markenting e dos bem remunerados assessores de propaganda das empresas locais:
"Sentimos muito, mas nossa verba já está toda destinada para ajudar os artistas de fama nacional ( sic ) que virão ao Guaira nos proximos meses. Vocês chegaram tarde!.
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Por isto, com o todo o idealismo jovem que tem, as Nymphas ( em forma de grupo voval ).
Desaquceram sua sonoridade. Mara, a entusiastica fundadora e diretora do grupo, da aulas de violão, integra o Madrigal Vocale e o trio elétrico Turmlina, além de cantar nos bares "Ocidente"
( quarta-feira ) e "Vagão do Armisticio" ( quintas). Para garantir sua sobrevivência. Rosa Lidia também garante a sobrevivência cantando nos bares " Ocidente" e " Sarinha", Rosa Lidia vive de seus vencimentos de funcionária pública. Carmem Backer, estudante de psicologia, faz reidência no hospital Pinel, sua irmã. Tina, faz o mestrado em biologia maritima e Giseley Teixeira Santos está ocipada cum sua filha. Todas, independentes destes compromissos, se animaram a levar o grupo vocal a frente, se não houvesse tantas negativas e insensibilidade dos donos do poder ( e das verbas oficiais ) Elogiadas mas sem apoio, mostram-se dispostas sempre a colaborar. Ainda recentemente, a Secretaria da Cultura ( sic! sic! ) solicitou a " colaboração" das meninas para fazerem um show beneficiente no presidio de Piraquara. Foram com boa vontade mas ao fazerem os cáculos constataram que pagaram para cantar: a ajuda de custo não deu nem para equilibrar a gasolina gasta no transporte de despesas com musicos e equipamentos de som.
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Cantando no plural mas ganhando no singular, o destino dos grupos vocais é efemero, com poucas exceções ( Titulares do Ritmo. Demônios da Garoa.MPB-4). O Quarteto em Cy, após múltiplas mudanças, acabou há poucos meses. Idem, o Boca Livre. As Nymphas representava as esperança do Paraná se destaca nacionalmente no cenário músical. Mas se um grupo vocal Porto Alegre, o ótimo Canto Livre, tem o apoio dos órgãos culturais gaúchos ( que promovem dezenas de eventos importantes anualmente ), em Curitiba, um bom sexteto vocal não consegue sequer ajuda para aceitar seu disco. Neste deserto, apenas um oásis: Heitor Valente, o intenso animador cultural, após ter levado. As Nymphas a Pato Branco e Paranaguá. No projeto Gralha Azul ( que em junho vai Londrina sempre e felizmente sem depender da ajuda do oficialismo preemedebista ), está programado um circuito do grupo no Interior. Uma tentativa de encontrar em outras comunidades. Aquilo que os "ilustres" donos de nossa cultura ( e das gordas verbas ) recusam a estas jovens cantoras descrentes da politica cultural ( sic! sic!) que o "governo participativo" do Sr. José Richa implantou ( sic!) em nosso pobre Estado.
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E viva a cultura paranaense.
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