O Amado Coutinho
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de outubro de 1983
Ediberto Coutinho, o paraíbano de grandes ligações curitibanas - aqui foi o primeiro locutor do histórico << Clube Juvenil M-5 >>, que Aluizio Finzetto criou na saudosa rádio Guairacá, nos anos 40/50 - continua em destaque nacional, na área da literatura. Há algumas semanas, a associação dos Servidores Civis do Brasil, no Rio, promoveu uma exposição sobre a sua vida e obra, na biblioteca Castro Alves. Autor de uma dezena de livros - entre os quais << Maracanã, Adeus >>, com várias premiações - Edilberto ficou particularmente feliz com a carta que recebeu de Jorge Amado, após o romancista baiano ter lido seu novo livro - << O Jogo Terminado >>. Diz Amado: << Senhor mestre contista: assim escrevi sobre você e quero repetir a frase agora, após a leitura de << O Jogo Terminado >> - de certos contos, , releitura. Existem os bons ficcionistas, os excelentes e existem aqueles que atingem a alta condição de mestres de seu oficio. É o seu caso: mestre do conto estruturado numa realização exigente >> (...) Quer dizer das páginas tão tensas e complexas dedicadas à Espanha das touradas, dos matadores, dos señoritos, do Velho Hemingway - realidade vivida e recriada> Páginas magnificas de memórias, são ao mesmo tempo a concepção ficcional do universo ibérico, de fiesta e drama: a Espanha dura, mágica e bela, seu mundo de touros e de procissões. Coube-me vê-la e senti-la por mais de uma vez mas você a tocou com as mãos e fez dela matéria poética de criação e sonho >>.
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A empátia de Coutinho com a Espanha e Hemingway não é sem razão. Foi o único jornalista - que por duas vezes esteve com Ernest Hemingway na Espanha, entrevistando-o demoradamente.
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