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Aramis

O amanhecer de Edla

Edla Van Steen, que nos anos 50 chegou a desfilar em passarelas de concursos de beleza em Curitiba, foi musa (e mulher) inspiradora do pintor Loio Persio, quando ele aqui residiu e na imprensa curitibana deu seus primeiros passos, há quase 20 anos radicada em São Paulo, com novo livro na praça: "Antes do Amanhecer", que a Editora Moderna lançou esta semana em São Paulo. Com capa de Ricardo Van Steen, seu filho, este é o terceiro livro publicado pela autora ("Cio" e "Memórias do Medo", foram os anteriores). xxx Experiências cinematográficas como atriz, em filmes de Walter Hugo Khouri, projetos de roteirista ("filmes jamais rodados por falta de verba"), e uma peça inédita ("Na contramão") e ainda uma experiência no mercado de artes plásticas - a "Múltipla", galeria paulista que se especializou em editar obras em série - fazem de Edla uma mulher fascinante e inquieta, hoje na idade da razão, conservando a [beleza] misteriosa e estranha, que tantos corações tem machucado. Em entrevista [à] "Folha de São Paulo", recordou que seus 15 anos vividos num internato de freiras francesas em Curitiba, apesar da severidade que deveria ser imposta, "não empanaram o brilho de sua personalidade e sem rasgar sedas ou rasgando propositalmente, já ouvi comentários que a espelhavam em Isadora Duncan, pela sua força, sua garra de levar adiante o que objetiva, sua sensibilidade aguçada, sua elegância constante, como escreveu a jornalista Helô Machado. xxx Edla escreve desde criança e os originais de seu primeiro livro "Contos Incomuns", foram esquecidos num táxi e jamais recuperado. Segundo Helô Machado, voltada novamente para os contos, embora trabalhando num outro romance ainda sem título, Edla confirma em seu novo "Antes do Amanhecer" um pleno domínio dos seus recursos expressivos". O livro divide-se em quatro temas, que compreendem 13 contos. xxx Desde que deixou Curitiba, Edla só retornou uma única vez: há quase dois anos, para uma rápida tarde de autógrafos, prolongada em esticada numa vernissage na galeria Cocaco. Distante, um pouco ácida com a cidade que não a soube compreendê-la em sua juventude, dizia que não pretenderia aqui retornar tão cedo. Apesar dos parentes que aqui vivem. E dos muitos corações, inclusive de alguns artistas plásticos muito conhecidos, que batem em ritmo mais apressado a simples menção de seu nome ou a visão de sua foto. Hoje, loira, madura e misteriosamente ainda encantadora.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
05/07/1977

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