Edla, uma peça e, agora em Paris
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de setembro de 1985
Edla Van Steen, 49 anos, escritora, esteve em destaque nacional nos últimos dias: o lançamento de um novo livro de contos ("Até Sempre", Editora Global) e uma próxima viagem a Paris, onde permanecerá um ano, acompanhando o marido, o crítico Sabato Magaldi, ex-secretário da Cultura de São Paulo.
Os curitibanos que acompanhavam os meios artísticos da tranqüila cidade do meio dos anos 50 lembram-se de Edla, uma bela e inquieta jovem, que chegou a fazer uma experiência de repórter em O ESTADO DO PARANÁ, gostava muito de teatro e, em 1960, foi convidada para interpretar um dos papéis de "A Garganta do Diabo", terceiro longa-metragem de Walter Hugo Khouri, rodado em Foz do Iguaçu.
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Uma dezena de livros publicados, Edla agora vai estrear como autora de teatro: "Acerto de Contas" é sua primeira peça, "um desafio para quem escreve em prosa, com a agravante de que nunca sei sobre o que vou escrever", diz, acrescentando:
- "Trabalho assim, palavra, uma frase desencadeando outras, uma reflexão puxando outra idéia ".
Apesar da vivência curitibana na juventude, Edla não esquece o Estado natal - Santa Catarina, onde viveu até os quatro anos de idade. Falando à jornalista Vera Magyar, do "Jornal da Tarde", na semana passada, Edla recordou os reflexos da guerra na colônia alemã. Sua peça terá um pouco daquele clima - que vivenciou profundamente.
- "Na essência, um caso de amor, envolto em mistério, que acaba revelando diante do público. É também uma espécie de denúncia sobre os problemas que muitas famílias alemãs viveram durante a ll Guerra Mundial ".
A estréia de "Acerto de Contas" terá lugar em Santa Catarina, inaugurando um novo teatro. Mas talvez Edla não possa estar presente: em Paris, ela já tem vários compromissos profissionais.
- Fiz um contrato de tradução e adaptação para a Editora Scipioni. Vou traduzir uma obra juvenil
- "O Estranho Caso [do] Dr. Jekil e Mr. Hyde", de Robert Louis Stevenson, representar a Global no Exterior, visando a publicação de autores franceses e outros estrangeiros no Brasil, e tentar montar uma via de mão dupla. Ou seja, levar para lá romances de literatura brasileira contemporânea, o que é mais viável do que possa parecer a princípio, já que na França há 20 mil estudantes de língua portuguesa.
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