O Ja de Watanabe
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de dezembro de 1983
Dois excelentes lançamentos de jazz neste final de ano: o saxofonista, flautista e compositor janponês Sadao Watanabe (Tochigi, 1/2/1933) no suave "Fill Up The Night"e o afinadíssimo e moderno grupo vocal , The Manhattan Transfer ("Bodies and Souls"). Dois lançamentos da WEA, gravadora que em matéria de jazz moderno - embora tenha aberto mão do esplêndido catálogo da ECM (agora aqui representado pela Ariola).
Watanabe tem uma carreira brilhante. Emigrou para os Estados Unidos ainda garoto. Trabalhou com o quarteto da pianista Toshiko Akiyoshi, estudou em Berkley e, em 1965 começou a tocar com os conjuntos de Gary McFarland e Chico Hamilton. Voltou ao Japão e ali dedicou se a formar novos músicos mas logo se ligaria ao grupo de Charlie Marino, com quem faria discos premiados. Seu primeiro elepê como solista, há 10 anos passados, foi saudado como o melhor do ano pelo "Swing Jornal"e nestes últimos dez anos tem desenvolvido múltiplos projetos, inclusive trilhas sonoras como para o filme "Ujama", realizado na África - onde passou longa temporada em 1974, Sadao atribui a Charlie Parker e McFarland suas fontes de inspiração e é considerado um dos mais versáteis músicos surgidos nos últimos anos. Salvo engano. "Fill Up The Night" é o seu primeiro álbum solo editado no Brasil, trazendo 7 composições próprias todas de grande beleza harmônica: "Soon Coe", "Mornig Calm"., "Westside Drive", "Sid Street", "Say When" e "Rosebud". Um instrumentista de imensos recursos para ser curtido com especial atenção - assim como os fãs de grupos vocais não podem deixar de ouvir "Bodies and Souls", cujo registro mais detalhado fica para a próxima semana.
Enviar novo comentário