Quando a gente envelhece, O cabelo embranquece, A sobrancelha cresce, A pele enruguece, O lábio entumece, A voz enrouquece, A vista escurece, O ouvido ensurdece, A língua emudece, A canela amolece, Arteriosclerose aparece, O reumatismo floresce, A memória desaparece, O suor frio emudece, A temperatura decresce E não levanta nem com prece. O amor, a gente esquece, Nada mais acontece, Perde todo interesse, O corpo enfraquece, A gente somente carece, do i êne pê esse, A doença recrudesce, A febre alta aquece... Até que a respiração cesse, Vai dormir e não amanhece, Antes de acordar, falece. O corpo todo enrijece E o médico logo esclarece Que pijama de madeira merece A carcaça à cova desce E a alma no inferno se estabelece. (Bernardino Schulman).

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Tablóide

Página: 3

Data: 22/07/1989

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