Observatorio
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de outubro de 1980
AO tomar posse na presidência da Cidade Industrial S/A, na manhã de segunda-feira, o engenheiro Luís Groff recebeu entre muitos cumprimentos, um convite que dificilmente poderá atender a curto prazo: o empresário Sérgio Ritzmann lhe propôs que escreva um monologo intitulado "O Condomínio", para ser apresentado nos salões-de-festas dos edifícios que sua empresa administra. Ritzmann se propõe a oferecer a Groff, (já com vários textos de teatro na gaveta, a espera de montagem) a matéria-prima, ou seja as estórias interessantes que ocorrem nos prédios.
Ritzmann está inovado como administrador de prédios: formou um quarteto integrado por Adriana e Edna Savitski (violoncelo/viola), flauta (Luís Pedro Krul) e Eleni Bettes (violino), que vai se apresentar, sempre nas noites de quinta-feira, no hall de festa dos 30 edifícios classe. A que confiaram à firma de Sérgio a sua administração.
As primeiras experiências - com excelente repercussão - foram nos edifícios Capri e Raposo Tavares e amanhã o "Quarteto Ritzmann" estará no Duarte da Costa, Eleni Bettes, violinista premiada. Extremamente simpática, atua como mestre de cerimonias, explicando as peças, o significado de cada movimento, etc. No futuro, os planos de Sérgio incluem teatro (tanto é que pediu a Groff para escrever o monologo), música popular e mesmo cinema - de forma a oferecer nos geralmente ociosos salões-de-festas dos edifícios uma movimentação cultural. Uma idéia pioneira, que encontrou a melhor acolhida, inclusive junto aos setores culturais oficiais. Afinal é uma contribuição efetiva da iniciativa privada em favor da elevação do nível de informação artística de uma faixa de alto poder aquisitivo - mas nem sempre das mais preparadas em termos intelectuais. E que dispõe de recursos para ajudar aos artistas sempre precisando de mecenas. Direta ou indiretamente.
LEGENDA FOTO 1 - Groff assume a Cidade Industrial S/ª
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