Observatório
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de agosto de 1980
NO momento em que a questão nuclear preocupa milhares de brasileiros e ganha destaque nas páginas dos jornais, uma técnica em relações públicas paulista, Denia Hukai, trabalha numa tese de doutorado em RP na área de engenharia nuclear. Esposa de um engenheiro nuclear, atualmente na assessoria da Secretaria de Tecnologia em São Paulo, Denia aproveitou os 6 anos que permaneceu nos Estados Unidos para fazer cursos de pós-graduação, optando por uma tese sobre a área de energia nuclear do ponto de vista de opinião pública. Só que de volta ao Brasil, Denia não está trabalhando no setor: assumiu a coordenação de relações públicas da Du Pont do Brasil, em serviço da qual esteve na cidade, no último fim de semana, visitando a filial do Paraná e acertando com a jornalista Lúcia Camargo, diretora executiva da Fundação Cultural de Curitiba, uma exposição de fotografias sobre índios brasileiros, executados por Luigi Di Prete.
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A Du Pont é uma multi-nacional norte-americana, fundada em 1802 por um imigrante francês chamado Eleuthére Irenée du Pont de Namours, que chegara aos EUA dois anos antes. Durante vários anos a empresa produziu apenas pólvora, mas a partir de 1890 começou a diversificar sua linha de produção, fabricando hoje 1.700 linhas de produtos, que incluem agroquímicos, tintas, plásticos, fibras sintéticas, elastômeros, filmes para radiografia e artes gráficas, instrumentos cientificos e inúmeros produtos químicos industriais. Tem hoje mais de 130 mil funcionários, trabalhando em 200 instalações em 30 países.
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CHRIGTOPH Meckel, 45 anos, poeta, escritor e artista gráfico, que hoje à noite lê trechos de sua obra, em sessão pública na Casa Romário Martins, é introvertido no que se refere a sua vida particular. Uma das primeiras observações que o Goethe Institut, que patrocina sua permanência no Brasil, faz é de que Meckel não admite que se penetre na sua privacidade: "o que ele tem a dizer, ele o faz através da poesia e da prosa e do que tem a mostrar através de suas gráficas". Portanto, nada de questões pessoais. Na Casa Romário Martins, até o dia 2 de setembro, estará à mostra uma série de ilustrações que Meckel fez para os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, quando esta completou 25 anos de existência. Meckel só fez 2 exemplares de cada original, permitindo assim maior clareza nos detalhes que não poderia ser atingida numa produção maior, mas ao mesmo tempo, através desta atitude se posiciona contra a comercialização da arte.
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