"One Voice", emocionante Barbra Streisand ao vivo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de junho de 1987
Emocionante. Eis a palvra que melhor define "One Voice" (CBS, lançamento nacional nesta semana), o primeiro disco ao vivo de Barbra Streisand gravado ao vivo nos últimos 20 anos.
E que gravação! Que astral positivo que foi passado na memorável noite de 6 de setembro de 1986, quando miss Barbra abriu os jardins de sua mansão em Malibu, Los Angeles, pra receber mais de 700 convidados do International set pra uma ocasião muito especial.
Um jantar de gala e um show de Barbra, com convite a US$ 2.500 por pessoa, para uma grande causa: a renda destinada a Streisand Foundation, para fundos a campanha antinuclear, pela preservação da vida e Direitos Humanos. Superstar que sabe ter uma profunda consciência social e política, Barbra deu o exemplo: fez uma festa totalmente em benefício das causas nas quais acredita.
Agora os US$ 2.500 que cada convidado pagou para assitir ao vivo um concerto único nos jardins de sua mansão, rendas indiretas: um percentual sobre a venda do disco e do vídeo gravado na ocasião, já lançado em teipe nos EUA e que, para o Brasil, está sendo negociado com a Rede Globo pra vir a ser apresentado numa ocasião especial - possivelmente na programação de fim de ano.
Barbra Streisand é uma artista completa. Cantora, show-woman, atriz (Oscar-68, por "Funny Girl"). produtora ("Nasce Uma Estrela", 1976), compositora ("Evergreen", Oscar de melhor canção 76, parceria com Paul Williams) e, finalmente, diretora.
São mais de 30 filmes, meia centena de álbuns, dezenas de especiais para televisão e milhares de shows que fazem de Barbra Streisand, uma artista especial. Há mais de 20 anos, entretanto, não fazia um disco gravado ao vivo - preferindo sempre os recursos dos estúdios. Entretanto, para perpetuar os momentos emocionantes da festa beneficente de 6 de setembro de 1986, concordou com seu registro - e o resultado é este maravilhoso "One Voice", seguramente um dos álbuns do ano.
Não há músicas inéditas e o ambiente é de descontração. Mas justamente pelo tom carinhoso, íntimo, que Barbra canta e fala - entremeando cada canção (ou bloco de) com textos emocionantes, originalmente escritos em colaboração com o casal Marilyn e Alan Bergman, que há um envolvimento crescente - o que sonoramente já é uma espécie de afetuoso treiller das imagens que o teipe trará na televisão. Barbra inicia com "Somewhere" (Bernstein/ Sondheim), - do clássico "West Side Story" e emenda com "Evergreen", retornando a mais um tema de "West Side..." - "Something's Coming", antes de interpretar a sua música - prefixo, "People" - que, há 23 anos, lhe projetou mundialmente. Depois, sua especial interpretação para "Over The Rainbow" e, com a participação de Barry Bigg, "Guilty" (dos irmãos Gibb).
Vira-se o disco e a abertura é com outro hit de Gibb - "What Kind Of Foll", ao qual se seguem "Papa, Can You Hear Me?" (Legrand/ Bergman), "The Way We Were" (Hamlisch/ Bergman), "It's a New World"(Gershin/ Arlen), "Happy Day Are Here Again" (Yeler/ Ager) e, encerrando, "América The Beautiful" (Bates/ Ward).
Uma seleção precisa, interpretações do coração - com toda a categoria de Barbra. "One Voice" eterna e maravilhosa.
Enviar novo comentário