Os nossos deputados
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de janeiro de 1977
A leitura de "A Câmara dos Deputados/Síntese Histórica" de Afonso Arinos de Melo Franco (edição do Centro de Documentação e Informação da Câmara dos Deputados, Brasília, 130 páginas, circulação dirigida) mostra que a presença dos políticos paranaenses na história do Poder Legislativo tem sido bastante tímida.
Com a sua qualidade de historiador e ex-deputado, filho de uma família mineira de tradições políticas de mais de um século, Afonso Arinos faz uma análise daquele Poder, desde às Cortes de Lisboa (1820) até os dias atuais, citando em cada período os parlamentares que mais se destacaram.
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A primeira referência a um representante do Paraná só é feita na página 46, quando Arinos fala já da décima-primeira Legislatura (1861-1864) no Império, saída do pleito de 1960 e que mantinha os distritos eleitorais, com três deputados de cada província. O Paraná, recém-elevado a essa categoria, teve nessa legislatura o destaque de Silveira da Mota. Só volta a existir uma citação de deputados paranaenses na página 97, em relação a constituinte de 1930, com a menção do deputado Idálio Sardemberg. O curioso é que os deputados mineiros, paulistas e gaúchos, são sempre lembrados em todas as legislaturas analisadas por Arinos Franco.
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No penúltimo capítulo ("De Eurico Dutra a João Goulart", página 103 em diante), deputados paranaenses são incluídos entre os que se destacaram na legislatura iniciada a 2 de fevereiro de 1946 - terceira Constituinte Republicana, eleita a 2 de dezembro de 1945: Lauro Lopes, Aramis Ataíde e Munhoz da Rocha. O voto proporcional permitiu a divisão da representação daquela constituinte em nove partidos, que eram os seguintes, por ordem numérica: Partido Social Democrático, União Democrática Nacional, Partido Trabalhista Brasileiro, Partido Comunista do Brasil, Partido Republicano, Partido Libertador, Partido Democrata Cristão, Partido Republicano Progressista e Partido Popular Sindicalista.
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Desta Constituinte, fizeram parte como deputados, nomes como Vitorino Freire (Maranhão), Café Filho (Rio Grande do Norte), João Agripino (Paraíba), Gilberto Freyre, Agamenon Magalhães (Pernambuco), Octávio Mangabeira, Juraci Magalhães, Luís Viana, Aliomar Baleeiro, Clemente Mariani e Carlos Maristela (Bahia); Prado Kelly, Amaral Peixoto, Brígido Tinoco (Rio de Janeiro); Milton Campos, Juscelino Kubitschek, Benedito Valadares, Israel Pinheiro, Magalhães Pinto e José Bonifácio (Minas Gerais); Horácio Lafer, Jorge Amado e Aureliano Leite (São Paulo) e Raul Pila (Rio Grande do Sul).
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Da segunda legislatura (1951-54), com as eleições de 3 de outubro de 1950, apenas um deputado paranaense é lembrado por Arinos, entre "os nomes que se destacaram": Artur Santos. De Santa Catarina, é mencionado Nereu Ramos. Com relação à terceira legislatura (1955-58) é lembrado o nome de Newton Carneiro e da terceira legislatura (1959-63) são citados dois eleitos pelo Paraná mais não paranaense: Jânio Quadros e Plínio Salgado.
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