Os Nossos Senadores (III)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de novembro de 1974
Só em 1958, treze anos depois sua criação, o Partido Trabalhista Brasileiro conseguiu fazer o seu primeiro Senador no Paraná: Abilon de Souza Naves (1902-1960), com boa experiência administrativa (ex-presidente do IPASE e da Caixa Econômica Federal) e longa militância no Partido, com 291.200 votos era eleito para a vaga aberta com a [saída] de Othon Maeder (1895-1974), na renovação de um terço do Senado. O candidato do PSD, desembargador José Munhoz de Mello, obteve 184.379 votos, enquanto o candidato udenista, Francisco de Paula Soares, não conseguiu fazer mais do que 62.461 votos. Mas a carreira de Souza Naves no Senado - brilhante e que o tornava virtual candidato vitorioso ao Governo do Estado - foi interrompida de forma dramática, com o seu falecimento na sociedade Morguenau, de enfarte, durante um banquete político. Assumiu então sua cadeira o suplente Nelson Maculan, que agora concorre a Deputado Federal, que havia obtido 154.690 votos, contra apenas 41.595 dados a Frederico Virmond de Lima, que em 58 concorrera a [suplência]. Quatro anos depois, na renovação de dois terço do Senado, uma coligação do PTB - UDN - PDC, derrotaria mais uma vez o PSD, 390.057 votos, enquanto o banqueiro Adolfo de Oliveira Franco também subiria ao Senado com 326.837 votos, enquanto o ex-governador Moyses Lupion, bastante desgastado politicamente, numa tríplice candidatura (à Assembléia Legislativa, Câmara Federal e Senado) não conseguiu nenhum que simbolicamente, o ex-deputado petebista, advogado Sebastião Martins Vieira Lins (1888-1968) concorreu pelo Partido Socialista Brasileiro, tendo como suplente Agostinho Pereira e obtendo 63.252 votos. Em julho de 1963, o então presidente João Goulart convocava Amaury Silva para o Ministério do Trabalho - num dos mais tumultuados períodos da vida política brasileira - em decorrência assumia a sua vaga o suplente Rubens de M. Braga, ex-deputado federal e então delegado do IAPI, Mello Braga viria a completar o mandato, já e que com a Revolução de 31 de Março de 1964 e [conseqüente] cassação dos Direitos Políticos de Amaury Silva, o ex-ministro do Trabalho exilou-se no Uruguai.
Em 1966, na renovação de um terço do Senado, então já com apenas dois partidos, o sr. Ney Braga, pela Arena, obteve 660.529 votos, enquanto a oposição, dividiu-se entre Nelson Maculan (263.278 votos). Na [suplência] concorreram Otavio Cesario Pereira Junior (na chapa de Ney), o ex-prefeito de Curitiba, general Ibere de Mattos (Maculan) e Joaquim Neia de Oliveria (Afonso). Finalmente, há quatro anos, a Arena fez os dois senadores, elegendo os deputados João de Mattos Leão (suplente Amilton Vilela Magalhães) com 858.815 votos e Francisco Accioly Rodrigues da Costa Filho (suplente Milton Ribeiro de Menezes, que já havia integrado a chapa de Adolfo Franco, com 838.555 votos.
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