Os prêmios baianos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de maio de 1976
"Quando ouço falar da palavra cultura pego logo o meu talão de cheques", dizia em "O Desprezo", o milionário Jerome Prokosch (Jack Palance). E este diálogo de "Le Mépris", de 13 anos passados, vem sendo constantemente lembrado - e hoje, mais do que nunca pode começar a aplicar-se ao Brasil. Pois, se até há pouco, a classe artística e intelectual se queixava da falta de estímulo financeiro, hoje estão aí, os governos estaduais, rivalizando-se em apetitosas promoções, com bom dinheiro a quem tem talento.
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Santa Catarina decidiu premiar os poetas e vai distribuir mais de Cr$ 30 mil enquanto o concurso de contas do Paraná terá para 1976 mais de Cr$ 120 mil. Mas o governador Roberto Santos decidiu balançar o correto e assim a Fundação Cultural da Bahia vai distribuir entre 1976/78 quase Cr$ 300 mil, em 11 diferentes categorias. Mesmo considerando a inflação, um bom volume de dinheiro.
Os prêmios são os seguintes: Afrânio Peixoto (monografia, estudante universitário - Cr$ 15 mil); Xavier Marques (romance nacional, Cr$ 30 mil); Nestor Duarte (romance estadual, Cr$ 30 mil); Wanderley Pinho (história da Bahia, nacional, Cr$ 30 mil); Carlos Ribeiro (monografia estadual, estudante universitário - Cr$ 15 mil); José Valadares (história da arte - estadual, Cr$ 30 mil); Gregório de Mattos e Guerra (poesia, nacional, Cr$ 30 mil); Eugênio Gomes (ensaio, crítica literária, nacional, Cr$ 30 mil); Martins de Oliveira ( conto, estadual, Cr$ 30 mil); Xisto Bahia (teatro, nacional, Cr$ 30 mil) e Edson Carneiro (ensaio, ciências humanas, estadual Cr$ 30 mil).
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Regulamento, detalhes etc., com a Fundação Cultural da Bahia - Avenida Contorno número 1 Solar da União, Salvador, 40.000.
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