Login do usuário

Aramis

A Philharmônica Brasileira já é uma realidade no palco

Criada, no papel, há um ano, a Orquestra Philharmônica Brasileira, materializou-se no palco com uma centena de músicos escolhidos com o máximo rigor, para um memorável concerto realizado sábado passado no Municipal do Rio de Janeiro. Na regência o mais jovem maestro do País: Maximianno Cobra, de 20 anos. Pessoas ligadas ao setor afirmam que o surgimento desta filarmônica está dando o que falar nos bastidores. Portanto, não é por acaso que o colunista social Ibrahim Sued abriu sua coluna de sexta-feira passada, no jornal "O Globo", dando destaque ao concerto e "Última Hora" estampou reportagem sob o título "A música ganha novo fôlego". Mas foi "Jornal do Brasil" quem deu maior dimensão ao fato, dedicando uma capa do Caderno B. Maximianno iniciou-se muito cedo na música, com aulas de teoria e piano. Aos 13 anos, diz ele, veio o despertar para a regência, que se tornou definitiva em sua vida. Há anos o rapaz não sabe o que é ter férias, finais de semana sem compromissos com os estudos. Dedica-se a eles diariamente, de 8 a 12 horas. "À parte disso tudo, eu tenho minha atividade como uma proposta de vida", explica o jovem maestro. Não fosse assim, imagina, provavelmente já teria sucumbido às muitas dificuldades que surgem pelo caminho. A persistência está trazendo seus primeiros frutos. A Orquestra Philharmônica Brasileira surge sob o patrocínio exclusivo do Grupo Bauen, ligado à navegação e construção civil, com um investimento não divulgado. Afirma o regente que somente a sensibilidade de um empresário como Carlos Alberto Barbosa Silva, presidente da Bauen, poderia dar o apoio que ele vem recebendo. Afinal, Carlos Alberto vai além de um evento artístico, planejando isto sim a consolidação da orquestra "inclusive com auto-sustentação financeira", explica Maximianno. Para esta estabilidade a OPB vai contar com a injeção financeira de patrocinadores poderosos, todos eles num grupo encabeçado pela Bauen. O que se vê neste empreendimento é uma atitude pioneira, comenta Max. "Este efetivo de porte real (110 músicos) é uma iniciativa que nunca ocorre no País", afirma ele, ao mesmo tempo que aponta para a triste realidade: "Orquestras ditas sinfônicas têm um porte quase camerístico". Os músicos, por sua vez, não podem reclamar - a Philharmônica chega com uma proposta nova de valorização e obrigatoriamente passa pelo salário condigno. Maximianno Cobra não admite que profissionais deixem as salas de concertos para irem tocar em casamentos e bailes carnavalescos para juntar um dinheirinho a mais e só assim sobreviver. LEGENDA FOTO - Maximianno Cobra, o mais jovem maestro do país.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
22/12/1989

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br