As placas para cegos e como achar as ruas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de abril de 1987
Boas idéias funcionam e não custam caro: Sérgio Pires, 34 anos, quando no cargo de administrador da Freguesia da Matriz, idealizou uma original forma de sinalização dos principais cruzamentos do centro da cidade para os deficientes visuais. Placas escritas no alfabeto Braile, com os nomes das ruas, significaram uma ótima contribuição aos cegos para se orientarem na cidade - e pela originalidade da proposta a mesma ganhou merecido espaço em publicações nacionais.
A instalação das 180 placas, nos cruzamentos onde há semáforos, custou apenas Cz$ 11 mil para a Prefeitura. Uma prova de que se pode fazer muito gastando pouco.
Agora, o arquiteto Sérgio Pires está chefiando o gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e, por sugestão de um amigo, deverá levar adiante outra idéia capaz de dar bons frutos: a colocação de mapas detalhados, com nomes de ruas, nos bairros de Curitiba. Afinal, com o crescimento desordenado da cidade, a dificuldade de localizar endereços é imensa e mesmo sabendo-se os bairros em que as ruas estão a sua localização não é fácil.
Os mapas poderão ser montados em painéis bem iluminados, colocados em pontos chaves nos bairros, servindo especialmente à noite. Havendo criatividade e agilidade, nada impede que haja inclusive patrocinadores aos mesmos, diminuindo assim os custos de implantação. O IPPUC, órgão no qual Sérgio trabalhou muitos anos - tem todo o mapeamento atualizado. Portanto, basta existir vontade de solucionar o problema, que a questão se resolve.
Outro problema grave é a da numeração das ruas. Isto é um abacaxi antigo, complexo, que teve na ex-diretora do antigo Departamento de Urbanismo, engenheira Dúlcia Auríquio, a primeira pessoa a se preocupar em disciplinar a numeração - pois em centenas de ruas e avenidas ocorrem verdadeiros absurdos, tornando impossível a localização lógica de um endereço.
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