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Aramis

A princesa Stephanie canta (e lembra a mãe Grace Kelly)

Ela será sempre a imagem de uma época dourada de nossas vidas e do cinema americano: Grace Kelly. Aquela moça loira, linda, sofisticada, de uma família tradicional de Philadelphia (Pensilvânia) onde nasceu em 12 de novembro de 1928, foi a encarnação da "mulher-classe" nos anos 50. Desde sua estréia como atriz principal num western clássico - o psicológico "Matar ou Morrer" (High Moon, 1952), no qual Fred Zinnemann fez uma fábula crítica ao Macartismo que na época ameaçava a democracia americana - até o seu último papel, como a deliciosa Samantha, em "Alta Sociedade", da peça de Philip Barry que, Charles Walters transformou num dos últimos grandes musicais da MGM (agora disponível em vídeo, lançamento da Vídeo Arte do Brasil), a imagem que ficou foi a de uma estrela na maior dimensão da palavra. Foram poucos, mas marcantes filmes: "Disque M para Matar" (1954); "A Janela Indiscreta" e "Ladrão de Casaca" (1955); os três de Alfred Hitchcok; "Amar É Sofrer" (1954) - que lhe valeu um Oscar de melhor atriz numa personagem dramática (outro filme também disponível em vídeo), "As Pontes de Toko Ri", "O Cisne" e mesmo - o pior de seus filmes, "Tentação Verde". Entretanto, ninguém esquecerá Grace Kelly, que quando filmava "To Catch a Thief", na Riviera Francesa, conheceu o príncipe Rainer, de Mônaco, que procurava ansiosamente uma esposa que lhe desse um herdeiro para que o seu principado não perdesse a independência. O resto da história todos conhecem: casaram, tiverem três filhos - Caroline, Albert e Stephanie, até que uma bruxa malvada, escondida numa curva da serra de Mônaco, provocou um acidente no dia 14 de setembro de 1982, em que morreu a princesa Grace Kelly. A filha mais velha, Caroline, não teve tanta felicidade: já está no segundo casamento e foi notícia por traquinagens de adolescentes. O Albert prepara-se para substituir ao pai como príncipe de Mônaco. A terceira filha, a caçulinha Stephanie, decidiu seguir a carreira artística. Não como atriz, mas como cantora. Começou fazendo apresentações em festas beneficentes, junto ao "jet set" europeu, gravou um compacto com fins filantrópicos mas a coisa profissionalizou-se. Hoje, Stephanie tem uma carreira, contratada da WTG Records, que finalmente, via Sony, está lançando no Brasil o seu elepê - na qual mostra que além de bela, afinada e com o olhar terno da mãe, é também compositora, assinando com seu parceiro e produtor Ron Bloom, todas as faixas deste elepê produzido por Roy Michael Verdick e o próprio Ron Bloom: "Sky Fall Down", "Uchained", "Hunger Rise", "I Escape", "Good Dreams", "Winds of Chance", "You Don't From Love", "Love Once", "Born Blue, Blues" e "Words Upon the Wind". É difícil desassociar a imagem de Stephanie da nostalgia de sua mãe - viva nas telas (e hoje vídeos) como uma espécie de griffe de uma época do cinema americano. Stephanie, como toda boa princesa, encanta seus súditos neste álbum simpático e bem vindo neste final de ano.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
24/11/1991

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