Quando as Lágrimas ajudam a politica!
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de maio de 1984
Em todos os pontos nos quais as pessoas se reuniam, sexta-feira a noite, o assunto, após ás 21 horas, era só um: o pronunciamento do governador José Richa a propósito da crise dos dólares. As opiniões divirgentes sobre a performance de Richa frente as câmeras ele que sempre se saiu bem em seus promunciamentos na televisão e até os aspectos envelhecidos do governador, cabelos brancos bem mais brancos do que há um ano, quando iniciava o seu governo.
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Para a maioria, Richa se saiu bem falou claro e precisamente. Apenas prejudicou-se ao tentar transformar um pronunciamento serissimo, num momento de crise como este, em gancho para demagogia politica, tentando jogar a culpa dos empréstimos internacionais aos governadores anteriores e falar apenas do "plano de governo". Em compensação o lado positivo de sua apresentação foi o sentido humano que deu nas colocações, transmitindo uma sincera emoção, de quem, publicamente , adimiria que com a decisão tomada, estava perdendo a colaboração de, no minimo, um amigo de muitos anos e que foi um dos suportes de sua campanha, o ex-secretário Erasmo Garanhão.
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Entre tantos comentários que a ida de Richa na Televisão provocou, um bastante sintomático foi do advogado Alaor Gomes dos Reis, pepita dos mais fiéis, e que teve um ongo passado de lutas estudantis nos anos 60.
Conversando com alguns amigos, Alaor disse:
" Richa fez bem em não esconder a emoção. Deveria até chorar. Afinal, há 22 anos, eu fui eleito presidente da UPES porque chorei numa sessão plenária. Ao sentir que perdia, chorei sem vergonhamente. Isto emocionou os convencionais, que viraram a votação e me elegeram com boa margem de votos. Homem deve chorar quando a hora exige...
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