Seagal, um novo herói da linha kung fu está vindo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de maio de 1990
Estava tudo pronto para a Warner reunir neste início de semana, no Hotel Nacional, Rio de Janeiro, jornalistas da área de cinema dos principais veículos do país para uma entrevista-apresentação do ator Steven Seagal quando, de Los Angeles, veio o telefonema: devido a problemas das filmagens do novo filme com este ator, a sua viagem ao Brasil e Argentina havia sido adiada. Possivelmente acontecerá no dia 28, véspera da estréia nacional de "Difícil de Matar" (Hard do Kill), um policial que praticamente o apresenta ao público brasileiro. Embora já tenha estrelado (e co-produzido) um filme de muita ação - "Nico: Acima da Lei", Steven Seagal ainda não se popularizou. Mas a Warner, com muito marketing, acredita que ele poderá se tornar em breve um ídolo na linha de super-herói de lutas marciais- como Bruce Lee no passado e o atual campeão de bilheterias, Jean Claude Van Damme ("O Grande Dragão Branco", "Cyborg - O Dragão do Futuro", etc.).
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Créditos para que Seagal herde o trono que foi de Bruce Lee (1940-1973) e que Van Damme está ocupando, não faltam: mestre de aikido (faixa preta), domina diversos tipos de lutas marciais. Atirador de elite, já trabalhou como segurança para muitos políticos.
Steven Seagal - não confundir com George Seagal, ator de méritos mas em fase de esquecimento - começou a se interessar por artes marciais quando ainda era adolescente em Detroit. Depois, na Califórnia, estudou karatê e, aos 17 anos, foi para Tóquio, onde conquistou a faixa preta em karatê, judô, kendô e aikendô. Chegou até a ser o primeiro não asiático a ter uma academia em Tóquio.
Na época, começou a se interessar por cinema, coreografando seqüências de luta e treinando atores. Voltou aos EUA e com seu preparo físico ganhou o papel central de "Nico: Acima da Lei". O filme faturou bastante - pois o gênero tem uma faixa fiel de espectadores - razão pela qual a Warner investe agora na promoção de "Difícil de Matar", produção requintada, dirigida por Bruce Malmuth, que com experiência no cinema publicitário, televisão e jornalismo, estreou com "Falcões da Noite" (Nightawks), estrelado por Sylvester Stallone, Billy De Williams e o holandês Rutger Bauer. Depois dirigiu "Where are the Children?" e "The Man Who wasn't There".
Em "Hard to Kill", o roteiro de Steven McKay, privilegia, naturalmente, o lado de atleta de Steven Seagal: a história é de um policial que após passar 7 anos em coma recupera a consciência e decide vingar-se da gang que destruiu sua família. Para isto, encontra ajuda numa enfermeira, interpretada pela bela Kelly La Brock (lançada em "A Dama de Vermelho"), atual esposa de Seagal.
O filme é comercial, com marketing para permanecer várias semanas em cartaz e a vinda ao Brasil do ator Seagal vai ajudar sua promoção. Todos os adeptos de lutas marciais estão ouriçados em assisti-lo. Até o atlético Egom Prim, 49 anos, faixa preta em judô, diretor regional da Cinema Internacional Corporation, já se programou para conhecer a técnica de Seagal na primeira sessão em que "Difícil de Matar" estiver em exibição no São João, dentro de 10 dias.
LEGENDA FOTO - Nas águas de Bruce Lee, um novo ator americano na linha karatê: Steven Seagal, em "Difícil de Matar".
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