TEATRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de fevereiro de 1973
Segunda-feira, numa promoção da Associação das Escolas de samba e Blocos Carnavalescos de Curitiba, haverá uma única exibição do filme "Sinfonia Carioca" no Teatro do paiol. Sem constituir-se num clássico de nosso cinema, esta fita dirigida por Watson Macedo em 1955, fugiu do tradicional esquema das chanchadas da época, procurando um caminho (brasileiro) para o musical - então em sua fase gloriosa em Hollywood, com Arthur Freed produzindo nos estúdios da MGM alguns clássicos: "Sete Noivas para Sete Irmãos" de Stanley Donen; "A Lenda dos Beijos Perdidos" de Vicente Minelli, "Dançando nas Nuvens", "Eles e Elas" etc. Watson Macedo, que havia iniciado sua carreira 10 anos antes, com "Não Adianta Chorar" e posteriormente especializou-se no musical e na chanchada ("Segura esta mulher", 46; "Este mundo é um Pandeiro, 47; "Carnaval no Fogo", 49; "Aviso aos navegantes", 50; "Ai vem o Barão", 51; "O Petróleo é nosso", 54; "Carnaval em Marte, 55), entremeado de algumas realizações mais sérias - a coordenação de "Inconfidência Mineira", de Carmen Santos, em 1948 e "A Sombra da outra", em 1952 - soube sintetizar em "Sinfonia Carioca", as boas influencias recebidas do musical de Hollywood. Com sua estrela predileta, Eliana Macedo, ao lado de Anselmo Duarte (foto) - o grande galã da época, este musical trouxe em seu elenco de coadjuvantes nomes como Afonto Stuart, a critica Luisa Barreto Leite, Zezé Macedo, Zezé Gonzaga e outros. A trilha sonora, criada pelo maestro Lyrio Panicalli, apresentou algumas das boas musicas daquele ano. Com a sua reprise, unicamente na segunda-feira, a oportunidade do publico mais jovem em conhecer um dos exemplares de nosso cinema musical, ainda a espera de uma revisão crítica.
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