GENTE
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de fevereiro de 1973
Os futuros historiadores do cinema brasileiro terão que destacar o nome de JOSÉ DA COSTA CORDEIRO - o "Deca", como um homem muito importante na evolução de nossos cineastas. Sem dirigir, escrever ou interpretar nenhuma fita. Deca foi a pessoa que tornou possível a realização de alguns de nossos mais premiados filmes: "Deus e o Diabo na Terra do Sol" de Glauber Rocha, "Os Fuzis" de Ruy Guerra e "O Bandido da Luz Vermelha" de Rogério Sgaranzela.
- "Todos colecionaram prêmios e quase me levaram a falência. Mas não faz mal: o importante é que foram feitos", confessa. Pernambuco do Recife, ligado ao cinema desde os 13 anos - quando começou a trabalhar como cartazista na distribuidora de Adolfo Figueiredo, Deca praticamente nunca deixou o cinema, em seu lado comercial: assessor de Herbert Richers durante anos, afastou-se daquela empresa para duas experiências isoladas - com Jarbas Barbosa (irmão de Abelardo, o "Chacrinha") fundou a Copacabana Filmes e, mais tarde, assumiu a direção da Defilmes, de Luís Carlos Barreto. Hoje na Syncro Filmes, em São Paulo, Deca continua a produzir, só numa linha mais popular: após "Salve-se Quem Puder" (O Rallye da Juventude), de J. B. Tanko (para cujo lançamento veio a Curitiba) é um dos co-financiadores de "Como Abater uma Lebre", que trará em seu elenco a curitibana Fátima Freire-Maia. Jovem, esportivo, com idéias bem definidas sobre o cinema nacional:
- "Não pretendo apenas fazer chanchadas. Fui um dos poucos que acreditou no cinema novo. Perdi dinheiro. Agora quero conquistar o público e encontrar o meio termo ideal de agrado popular mas com inteligência.
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