Zé Renato grava com Al Di Meola
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de abril de 1987
O jornalista Simão de Montalverne exibindo, com toda razão, o seu mais dentifrício sorriso: de Nova Iorque, no domingo de Páscoa, o seu filho, José Renato, 30 anos, lhe telefonou para contar que está prolongando a sua estadia americana por uma razão muito especial. O internacional guitarrista Al Di Meola o ouviu tocar e, entusiasmado, o convocou para participar de seu novo elepê. Quem apresentou José Renato a Di Meola foi Pat Mathen, outro guitarrista internacional que, em suas passagens pelo Brasil, conheceu e se entusiasmou com o trabalho do músico brasileiro.
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Embora carioca de nascimento, Zé Renato é curitibano por adoção. Aqui viveu alguns anos - quando desenvolveu as primeiras parcerias com o letrista Heitor Valente. E seus pais, Simão e Marlene aqui residem há 20 anos, desde quando o veterano e estimado jornalista veio implantar a sucursal do "Correio da Manhã", de saudosa memória. O jornal de Niomar Muniz Sodré fechou as portas, vítima da Revolução, e Simão ficou. Ótimo profissional, relacionadíssimo no plano nacional, passou por diversas assessorias e hoje continua na Secretaria da Comunicação Social, depois de ter organizado o setor de imprensa do Banestado.
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José Renato é um compositor, violonista e cantor de sólida carreira, com mais de 50 músicas já gravadas. Começou ainda adolescente, vencendo festivais estudantis, fez parte de grupos de choro e, após formar o Cantares (que chegou a gravar um compacto duplo, no projeto "Vitrine", da FUNARTE) junto com Cláudio Nucci (depois substituído por Lourenço Baeta) Maurício Maestro e David Tygell formou o Boca Livre. Este grupo vocal-instrumental fez três históricos elepês e, com o primeiro, rompeu a barreira das 80 mil cópias vendidas - hoje um número relativamente comum na indústria fonográfica, mas há 8 anos um recorde para uma produção independente. O Boca Livre acabou e cada um de seus integrantes seguiram novos caminhos.
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David Tygell hoje dedica-se basicamente a trilhas sonoras, com trabalhos elogiados e premiados, como a sound track criada para "O Homem Da Capa Preta", de Sérgio Rezende e agora "A Cor Do Seu Destino", de Jorge Duran - o grande vencedor do festival de Brasília e que será exibido, hors concours, em Gramado, no XV Festival do Cinema Brasileiro, na próxima semana. Maurício Maestro, fazendo juz ao nome, é cada vez mais requisitado para arranjos e regências, enquanto Cláudio Nucci voltou a formar dupla com Zé Renato e juntos fizeram um belo disco, no ano passado pela CBS. Anteriormente, Renato havia gravado dois elepês solos na Polygram.
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José Renato não é apenas uma pessoa iluminada em termos musicais. Em termos amorosos, tem sido privilegiado: foi o primeiro marido da hoje global Carla Camuratti, depois teve em seus braços a excelente cantora (e bela mulher) Olívia Byghton e hoje vive com a atriz Patrícia Pillar, lançada no filme "Pobre Menina Rica". Isto sem contar as namoradas que não passaram de algumas semanas...
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O guitarrista Al Di Meola que convidou Zé Renato para participar de seu novo disco tem muitas ligações com o Brasil. Seus últimos dois discos "Cielo E Terra" e "Soaring Through A Dream", feitos na Manhattan Records (e aqui editados pela EMI/Odeon) foram em parceria com Airto Moreira, com quem aliás, fez dezenas de apresentações no ano passado. Em "Soaring Through A Dream", Di Meola abre com uma composição brasileiríssima de Airto: "Capoeira", que dura nada menos que nove minutos. E que por isto mesmo jamais foi executada nas rádios brasileiras.
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