Apesar do título
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de agosto de 1980
Está prevista para amanhã, quinta-feira, no Cine Rivoli, a estréia de "O Principe do Prazer". O título pode sugerir mais uma mediocre pornochanchada, a exemplo de tantas que infestam as telas de nossos cinemas, mas no caso, a produção merece alguma atenção. A começar porque tem distribuição da Embrafilmes que por maiores concessões que faça não pode se comprometer com produções caça-níqueis, apelativas totalmente. O diretor, Luiz Carlos Lacerda (Bigode) é um veterano, tendo participado de inúmeras produções e já dirigido algumas fitas.
No elenco estão Odete Lara (que há anos não fazia cinema). Paulo Vilaça, Ana Maria Magalhães e Carlos Alberto Ricelli (que há algumas semanas veio para uma "Parceria" no Paiol).O tema e interessante: nos anos 30, quatro irmãos vivem em relação incestuosa, fugindo sempre que são descobertos no seu comportamento, travestidos de casais. Lacerda justifica seu filme como "a favor do amor e da vida (...) a favor da total liberdade sexual, da desmistificação da exigência de um papel "representado" no espaço do prazer. Escrevi essa história logo que terminei meu primeiro longa, "Mãos Vazias" em 1972. Durante esses anos o roteiro envelheceu perdi com minha amiga Leila Diniz os manuscritos da estrutura. Foi um filme realizado com base quase telegráfica, e partindo muitas vezes do resultado da relação dos atores e do filme. Muitas paixões pintaram e despintaram e foi do sangue delas que traçamos o itinerário dessa estrutura".
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