Artigo em 09.04.1992
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de abril de 1992
Na noite de sexta-feira, 27, antes do concerto da Sinfônica do Paraná, no hall do 2º balcão do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, uma homenagem mais do que merecida: inaugurado o retrato do arquiteto Rubens Meister, autor do projeto do Teatro Guaíra. Só agora, afinal, se fez uma justiça maior ao grande profissional. Homem modesto, longe das badalações, Meister, entretanto, ficou emocionado pela lembrança.
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O ator carioca Oswaldo Loureiro começa, pouco a pouco, a romper sua couraça de arrogância e dialogar com os artistas e produtores culturais da cidade. A seu favor, tem a sorte de ter uma grande esposa e companheira, que esbanja simpatia: a [Sra.] Madalena, das mais comunicativas. Oswaldo se diz disposto a prestigiar os nossos profissionais e garante que já contratou 190 para participarem de diferentes produções e projetos na Fundação da qual é superintendente.
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Se, antes de assumir - ou nos primeiros dias em que aqui chegou - Loureiro não ficasse tão isolado - e respondendo com carga pesada a natural repulsa que sua escolha causou na classe artística, não teria que amargar um isolamento por mais de um ano. Felizmente, assim como o presidente Collor soube, agora, descer de sua posição imperial para aproximar-se de muitos setores, também Loureiro começa a mostrar seu lado bom - e tentar provar que o primeiro-irmão, Eduardo Requião, não se enganou ao impô-lo como sucessor do sempre lembrado Constantino Viaro na direção da Fundação Teatro Guaíra.
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Loureiro, aliás, não deixa passar um momento, sem lembrar que veio porque "Requião me pediu". E seu nome faz parte da relação dos possíveis candidatos a substituir a Gilda Poli na Secretaria da Cultura, caso a professora deixe mesmo aquela pasta - como se especula desde o final do ano passado.
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O arquiteto Manoel Coelho, diretor do curso de arquitetura da [UFP], ex-Secretário de Desenvolvimento Urbano e um dos melhores designers do País, passou as últimas três semanas dormindo menos de 5h, para aprontar, a tempo, os 80 painéis da exposição sobre o ["Ligeirinho"] e o sistema [de] transporte urbano de Curitiba, que inaugura dentro de uma semana no Urbano Center, em Nova York.
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Poty Lazarotto, que completou seus 68 anos junto com Curitiba, fez uma dezena de desenhos belíssimos para esta mostra que foi planejada para ter um aproveitamento posterior, com troca dos textos de inglês para português, também no Brasil. O curador da exposição é o arquiteto Cleon Ricardo dos Santos, ex-redator de O Estado do Paraná, que após passar os últimos 20 anos em Brasília, junto a órgãos federais, retornou a Curitiba no ano passado.
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Com a inauguração da exposição na Big Apple, haverá uma revoada da equipe técnica de Lerner: naturalmente, o prefeito irá a cidade que mais ama no mundo, em companhia de pelo menos três dos candidatos à sua sucessão - Cassio Taniguchi (Ippuc), Carlos Ceneviva (Urbs) e Rafael Dely, que embora, oficialmente, renunciando temporariamente aos cargos, continuam na equipe.
[será que aqui não viriam asteriscos para separar o texto?]
O maestro Alceu Bochino, curitibano que só nos últimos anos passou a ter, entre nós, o reconhecimento devido, explica que ao intitular de "Curitiboca", o "divertimento" para oboé ou clarineta em dó e orquestra - que teve sua estréia mundial há 15 dias - não pretendeu ironizar os seus conterrâneos. "É que eu sou curitibano mas carioca por adoção, logo um curitiboca". Dedicado à Alexandre Kleun, obista, hoje estudando na Europa, a estréia da peça de Bochino teve [como] solista o clarinetista José Botelho, carioca que viveu tanto tempo em Lisboa que fala como lusitano.
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A idéia que Francisco Souto Neto plantou no Banestado continua a florescer: dia 8, na galeria de arte da Rua marechal Deodoro, inaugurou o 9º Salão Banestado de Artistas Inéditos. Depois, irá para galerias no banco em Ponta Grossa (maio) e Londrina (junho).
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"Revista Gooodyar", uma das melhores publicações dirigidas do Brasil, patrocina agora a exposição "F1, Vida de Cigano", na qual Ricardo Chaves segue a rota dos volantes "do maior circo do mundo". Inaugurou dia 3 de abril, no Domani Gastronomia, em São Paulo e ainda não tem previsão para vir a Curitiba.
[será que aqui não entrariam asteriscos?]
O economista Alberto Paranhos, secretário-executivo do Forum Mundial de Cidades, apesar de ocupadíssimo, ainda achou tempo para, associado com um amigo, Luis Guimarães, inaugurar um novo e sofisticado bar na Alameda Cabral: o "300". Ambiente estilo inglês, muitas bossas, freqüência animada e, nos fins-de-seamna, shows de bons instrumentistas.
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Começa a emplacar o mais novo ambiente musical da cidade: o espaço cultural Pier 35, que o casal Luis Felipe/Roberta Infante inauguraram junto ao restaurante Pier 35, em santa Felicidade. Jefferson Sabbag nos teclados e Boldrine no baixo fazendo um jazz de primeira categoria - e com uma canja das mais [deliciosas] do mestre Gebram, garantem um som que fazia falta na noite curitibana - de quinta-feira a sábado, a partir das 19h30[min].
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Boldrine, um paulista que se [curitanizou] trazendo seu belo som de baixo acústico, pode ser ouvido também aos domingos em outro bom ambiente musical: o Aluara Café Concerto ( Rua Mateus Leme, 1201), onde o diretor artístico da casa, Gersinho Bientinez, programou para cada noite uma atração diferente. Assim vem mostrando belas vozes de cantora[s] curitibana[s] como Olivia, Gisele , Rute Portugal e a múltipla - e sempre bela Lais Mann, atração às quartas-feiras.
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Retornando a noite curitibana, dando canjas com sua bela voz em diferentes endereços (Bar do Hermes, restaurante San Felippo) o cantor Chico Messina, hoje aos 55 anos - completados dia 18 de janeiro. No início dos anos 60, Messina montou um dos primeiros jazz-clubes da cidade - o Zum-Zum, na Rua Duque de Caxias, 355, no qual se apresentava um excelente trio: Gebran [nos] teclados, Frank Roeder na bateria (hoje ele reside no Canadá) e Marinho, ex-integrante da orquestra de Dick farney no baixo. Messina foi também um dos [heartbrakers] da provinciana (e conservadora) Curitiba de 30 anos passados: contabiliza 7 ex-mulheres, que lhe deram 4 filhos e 3 netos, "fora os que ainda não conheci".
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