Até os blocos saíram em homenagem aos palhaços
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de março de 1987
A escolha dos enredos das Escolas de Samba em Curitiba é feita sempre há poucas semanas do desfile. Com isto, raramente são desenvolvidos os temas de maneira inteligente, ao contrário do que acontece no Rio, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre. Afinal, mesmo um tema sério - como a infância abandonada - pode resultar num belíssimo enredo, como provou a surpreendente G.R.E.S. São Clemente, no Rio de Janeiro, ao mostrar "Capitães do Asfalto", abrindo o desfile das escolas do grupo A, na noite de segunda-feira.
Este ano, três das Escolas de Samba de Curitiba voltaram a um tema simpático, atraente e até emocionante: o circo. A Portão I, fundada há seis anos, com 250 integrantes, em "Na Ciranda Da Vida, Um Palhaço A Mais" procurou homenagear os grandes palhaços, mas cometendo já um erro ao chamar de Pimpolim o mais notável dos palhaços paulistas (o inesquecível Piolim. Abelardo Pinto, falecido há 8 anos).
A Embaixadores da Alegria, com "O Palhaço O Que É?", teve a felicidade de um belíssimo samba-de-enredo, o melhor já feito pelo veterano Carlos Eduardo Mattar, 46 anos, em 20 de atividades carnavalescas. Desta vez em parceria com a afinada Maricélia Brito, 25 anos, filha da cantora Evanira dos Santos e do radialista Jair de Brito, Mattar fez a avenida cantar o seu samba-de-enredo, com um fácil refrão:
Tim, tim, tim, tim, tim
Começou a marmelada
A função começa assim
Aproveita garotada
Até a humilde Unidos de Colombo, fundada há apenas dois anos pelo esforçado João Vieira de Rezende e que veio no grupo C, também procurou unir a fantasia circense as tradições daquele município - "Colombo E A Criação Do Circo", com o samba-de-enredo de Bené, falando em palhaços, uvas e alegria.
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