No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 09 de fevereiro de 1989
A atriz Delcy D'Ávila, a brava presidente da Escola de Samba Embaixadores da Alegria, comentava após a (bonita) apresentação feita na noite de segunda-feira: "apesar do golpe que sofremos por parte do nosso vice-presidente, saímos com garra total". Depois Delcy esclarecia: Washington Cercal, vice-presidente, pegou Ncz$ 500 e não comprou o que deveria, nem prestou contas do dinheiro. "Já o estou processando para colocá-lo na cadeia", diz Delcy.
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Uma única empresa colaborou com o Carnaval de Rua de Curitiba: Andaimes Versátil - que ajudou a fazer as arquibancadas. Ganhou sete placas de agradecimento. No mais, total ausência da iniciativa privada que não acredita mesmo em nosso Carnaval.
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Um detalhe: todas as escolas do grupo "A" desfilaram com representativas alas mirins. Crianças entusiasmadas, bonitas e com samba no pé - o que pode significar uma esperança para os carnavais dos anos 90. Este ano, pelo visto, o Juizado de Menores não infernizou a vida dos dirigentes de escolas - normalmente obrigados a preencher mil e uma exigências para colocar os menores na avenida.
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Confete e serpentina só na saudade! Na Avenida Marechal Deodoro, ao menos nos dois primeiros dias era raro aparecer um pedacinho colorido de ilusão ou um rolo de serpentina. É a crise, irmão!
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O Promotor de Justiça Luiz Régis Brado está passando seis meses na Espanha, com autorização do Governador Álvaro Dias: foi freqüentar um "curso de pós-doutorado em Direito Penal Ecológico" (Teoria Jurídica do Delito Ecológico), promovido pela faculdade de direito das Universidades de Saragoça e Sevilha.
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No encerramento da Escola de Samba Mocidade Azul, que desfilou com um enredo de toque ecológico ("Viagem da Ilusão"), uma homenagem a Chico Mendes: um desenho de seu rosto com a frase - "Tenho esperança de continuar vivendo".
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A Mocidade Azul foi a que trouxe maior número de travestis em carro alegóricos. Um dos mais aplaudidos foi Julie, exibindo a nova plástica nos seios - em operação feita no Exterior, segundo informações de Julinho de Adelaide, carnavalesco e expert no mundo gay curitibano. Também como destaques da Mocidade Azul, a advogada Jaíra Barreto, durante anos a mulher forte do departamento pessoal da Prefeitura, irmã do Senador Jaisson Barreto. Já na ala das baianas, muitos aplausos para a vigorosa Célia, esposa do presidente da Escola, mestre Charrão (José Barbosa).
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Filha de peixe, peixão é: a bela e sensual Maricélia Brito, primogênita da cantora Evanira dos Santos e do radialista Jair de Brito, mostrou sua bela voz puxando o samba-de-enredo "Embaixadores do Sertão" (Mário/Maurício Messias Pina), com a qual a Embaixadores da Alegria homenageou a Catulo da Paixão Cearense (Maranhão, 1866 - Rio de Janeiro, 1946).
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Apenas uma escola do grupo "A" - a D. Pedro II - distribuiu aos jurados a descrição de seu enredo e, para o público, a letra do samba criado por Serjão e Luiz Grande, enaltecendo o presidente Jubal de Azevedo. Assim mesmo, não houve exemplares para todos e pouquíssimos se animaram a cantar os versos que colocaram Jubal nas alturas como sambista.
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