Bocagate
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de agosto de 1975
A pesquisa que o trefego Raphael Valdomiro Grecca de Macedo fez sobre os tipos populares de Curitiba, por sugestão da bibliotecária Lidia Bindo Dely, diretora da Casa Romário Martins, cresceu tanto que já não cabe mais num simples boletim, da Fundação Cultural. O diretor executivo, Carlos Francisco Solheide, sensível as coisas da cidade, decidiu então publicar o trabalho de Raphael em forma de livro, que com ilustrações do estimado Jair Mendes, diretor do Museu Guido Viaro e reproduções de charges da revista "Ôlho da Rua", sai em setembro, com o título de "Cada um cai do bonde como pode". Mais de 100 tipos populares, desde o século XVIII até os nossos dias, foram levantados por Raphael, que ontem fez a entrevista com o último que faltava para ser biografado: o popular Esmaga, cidadão Alvino Cruz, 44 anos, paranaense Antonina, o mais conhecido freqüentador da Boca Maldita, que no depoimento gravado, disse cobras & lagartos de toda a cidade e salvou de sua língua ferina, apenas três de seus grandes amigos: o Arcebispo, o empresário Cecilio do Rego Almeida e o contista Claudio Lacerda. A fita, pelo que contém de explosivo em termos de declarações de Esmaga, já ganhou um apelido: Bocagate e antes que seja ouvida por muita gente, Raphael promete destruí-la.
FOTO LEGENDA - Raphael
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