Breno, da Marrocos à conquista da América
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de fevereiro de 1989
Os boêmios dos anos 60 lembram-se, com saudade, do gaúcho Breno Sauer, óculos escuros, grande concentração, extasiava o público da saudosa Boate Marrocos com o som de um instrumento meio estranho para a época: o vibrafone. Na linha do que fazia o norte-americano Art Van Dame, Sauer adaptou o instrumento à linha da Bossa Nova e com um quinteto notável foi uma sensação com seu ritmo suave e dançante. Paulo Wendt, dono da "Marrocos", sentiu que Sauer e seu conjunto eram uma boa atração e quando o grupo encerrou uma primeira temporada na La Vie En Rose ofereceu um contrato que fez os gaúchos se radicarem em Curitiba, embora na época já gravassem para a CBS ("Viva o Samba", "Viva a Música" e outros LP's). Em fins de 1963, Breno desfez o grupo e logo depois viajaria para os EUA. Do conjunto só permanceceu em Curitiba o baterista Pirata (Afonso Cid), que, aliás, havia deixado pouco antes o grupo - substituído por Portinho. Alemão (Olmir Stocker), ótimo guitarrista, após tocar com outros conjuntos se firmou em carreira solo, com dois ótimos álbuns no Som da Gente - e foi um dos escolhidos para o Festival de Nova Iorque, em março. O crooner Fernando Colares voltou para Porto Alegre, onde se aposentou pela Caixa Econômica Federal.
O baixista Gabriel e o baterista Portinho continuam na música.
Breno se deu bem nos EUA. Fez vários discos e após um problema cardíaco delicado retornou com um novo grupo, com sua esposa. Neusa, como vocalista e mais seis músicos - de várias nacionalidades, com os quais fez um elogiado disco ("Made in Brazil"), com seis jazzísticos arranjos para músicas brasileiras.
LEGENDA FOTO - Breno Sauer e seu conjunto americano: vivendo em San Francisco, fazendo MPB em ritmo de Jazz. Longe dos seus tempos de bossanovista nas noites de Boate Marrocos em Curitiba.
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