Celia, volume 3
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de abril de 1975
Desde que apareceu há quatro anos, com seu primeiro sucesso - uma feliz regravação de "Adeus, Batucada" de Synval Silva, que nos anos 30 foi gravada por Carmen Miranda (1908-1955), a paulista Celia tem merecido toda nossa atenção. Alta, bonita, com uma voz marcante, Célia tinha tudo para aparecer como força no show bussines tupiniquim, mas devido a problemas pessoais acabou se descuidando de sua carreira. Assim, após o seu segundo lp ("Um bilhão de neurônios", Continental, 73), passou quase dois anos afastada dos shows, televisão e discos. Seu retorno, com um novo lp ("Celia", Continental, 1.01.404.097, março/75) deve ser saudoso, portanto, com entusiasmo. Produzida por Wilson Miranda, ex-cantor jovem nos anos 60, com arranjos e regência do excelente pianista Daniel Salinas, Célia demonstra toda sua extraordinária voz num repertório da melhor qualidade: do fado "Pomba Branca" (Vasco de Lima Couto-Max) aos clássicos "Camisa Amarela" (Ary Barroso) e "Onde Estão Os Tamborins?" (Pedro Caetano), Celia impressiona com sua voz segura, equilibrada, amparada em instrumentistas competentes, como Ricardo Albano Junior ao piano (acústico e elétrico), Gabriel Bahlis e Claudio Bertrami (baixos), Edson José Alves (violão e guitarra elétrica) e Dirceu Medeiros (bateria), além de Manoel Marques Trio. Outras faixas: "Não Há Porque" e "Preciso de Silêncio" de Ivan Lins-Rinaldo Monteiro; "Eu Te Amo Amor" e "Saudade de Amar" de Francis Hime - Vinicius de Moraes; "Samba Canção Antigo" de Tito Madi; "Amor de Mentira" de Benito Di Paula e "Canção Morrendo de Saudade" Sérgio Bittencourt.
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