Celina & Z
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de janeiro de 1970
Celina Luz, uma jornalista que iniciou sua carreira em Curitiba, há sete anos, como colunista social do jornal "Última Hora", edição do Paraná, faz sua estréia como tradutora em "Z", romance de Vassilis Vassilikos, num trabalho em que teve a colaboração de Marcos Ribas de Fariaas. Depois de trabalhar três anos na imprensa curitibana, Celina morou quase dois anos em Paris - inicialmente como bolsista do Govêrno Francês e posteriormente como correspondente do "Jornal do Brasil" - para o qual ainda hoje trabalha, na Guanabara. Mais do que uma simples tradutora de "Z" best-seller na Europa há dois anos e que no Brasil está sendo lançado esta semana pela Editôra Nosso Tempo, Celina conheceu e tornou-se amiga de um dos principais personagens do romance de Vassilikos, o juiz Christos Sarlzetakis, que presidiu o inquérito do assassinato de Gregório Lambrakis, professor de Medicina da Universidade de Atenas e deputado pelo partido Unidos da Esquerda Democrática, criminosamente atropelado em 22 de maio de 1963, em Salônica, Grécia. Partindo dêsse crime político, o romancista Vassilikos, 36 anos, escreveu o romance "Z", que no ano passado foi filmado por Costa-Gravas, um cineasta grego, também de 36 anos, e que mora em Paris desde 1949. '"Z" foi o filme mais discutido do Festival de Cannes 1969 obtendo, por unanimidade, o Prêmio Especial do Júri e o de melhor interpretação (para Jean-Louis Trintignant, intérprete do juiz Sarlzetakis). Lançado comercialmente na Europa, alcançou enorme sucesso de público, o que está se repetindo nos Est:ados Unidos, onde foi escolhido o melhor filme do ano passado. Embora o filme ainda não tenha sua distribuição no Brasil contratada - nos EUA foi lançado pela 20th Century Fox - os comentários que tem provocado levaram a Editôra Nosso Tempo a lançar o livro, que marca a estréia e Celina como tradutora.
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