Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de fevereiro de 1974
"O Negrinho do Pastoreio" (Cine Lido) se constitui num lançamento até certo ponto interessante nesta temporada em que os exibidores, preocupados em cumprirem a lei de proteção ao cinema nacional, lançam mãos de programas capazes de garantir o "espontâneo" apoio a indústria sem perderem muito dinheiro: entre a pornochanchada ("A Virgem") ou os imbecis programas para a criançada ("Aladim e a Lâmpada Maravilhosa"). O mais caro sonho do ator Grande Otelo (foto), a versão cinematográfica da famosa lenda gauchesca do negrinho do pastoreio se insere numa faixa quase virgem em nossa filmografia: o cinema mágico, de bases em nossas lendas, tradições e folclore. Poucos títulos podem ser citados e um dos mais expressivos é sem dúvida "Sinfonia Amazônica", primeiro desenho (longa-metragem) produzido no Brasil, lançado há exatamente 20 anos e que aproveitou o rico folclore da região. "O Saci", 1951, de Rodolfo Nanni, embora criado em torno do simpático e folclórico perneta, de cachimbo na boca e barrete vermelho, teve sua origem a partir do romance de Monteiro Lobato - de forma que se liga mais a literatura do que ao folclore propriamente dito.
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