O Saci Pererê
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de abril de 1977
Na verdade, o Saci Pererê não existe. É fruto da imaginação do povo brasileiro - como tantos outros seres mitológicos. O folclore, é rico em ensinamentos e o Saci Pererê é, assim um dos personagens mais difundidos. O grande escritor Monteiro Lobato o tomou como personagem de um de seus mais simpáticos livros infantis - que, inclusive, há 24 anos foi levado ao cinema. Já o desenhista Ziraldo, um dos mais criativos artistas brasileiros, também aproveitou a simpatia do Saci Pererê, para a mais famosa de suas criações em quadrinhos - uma revista que apareceu pela primeira vez em 1960, parou em abril de 1964 reapareceu posteriormente, pela Editora Abril. Agora, as estórias do Saci Pererê saem apenas em belos álbuns, da Editora Primor.
Mas o Saci também é personagem para os "Disquinho" da Continental. Há sete anos, Elza Fiuza, aquela simpática "titia" que tanto se dedica a essas produções, adaptou suas mais conhecidas aventuras, que narradas por Simone de Moraes, com arranjos agradáveis do maestro Radamés Gnatalli estão numa das mais belas produções desta série de pequenos discos compactos, que a Continental mantém em catálogo, para alegria da criançada.
Um dos mitos mais simpáticos do folclore brasileiro - em especial nos Estados do Sul é o Saci Pererê, que, ensinam os nosso folcloristas, seria uma entidade maléfica em muitas oportunidades, mas graciosa e zombeteira em outras. Pequeno negrinho, com uma só perna, carapuça vermelha na cabeça, que o faz encantado, ágil astuto, amigo de fumar cachimbo, de entrançar as crinas dos animais, depois de cansá-los em correrias, durante a noite, anunciava-se pelo assobio persistente o misterioso, inlocalizável e assombrador. O Saci Pererê, diz-se, diverte-se criando dificuldades domésticas, apagando o fogo e queimando alimentos.
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