Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de janeiro de 1974
Duas reprises programadas pela Fama Filmes merecem a máxima atenção de quem se interessa pelo bom cinema. A primeira é "Billy Jack" de T. C. Franck, para nós um dos dez melhores filmes lançados em Curitiba em 1972 e que há muito estava a merecer uma revisão. Só que enquanto na Guanabara e São Paulo o seu retorno foi programado em cinemas de arte, com boa promoção aqui ele é relançado em programa duplo (junto com a pornochanchada "O Mais Atrevido dos Transplantes"), sem que a própria administração local da Fama saiba que está "queimando" uma fita da maior importância artística, merecedora da máxima atenção e que, quando exibida no Cine Lido, há quase 3 anos, sensibilizou todas as pessoas inteligentes que tiveram oportunidade de assisti-lo. A respeito desta reprise (Cine Marabá, a partir do dia 24, quinta-feira) voltaremos com maiores detalhes. Já "O Gavião e a Flecha", clássico de aventuras de Jacques Torneur, com Burt Lancaster - em um de seus mais felizes momentos - foi um épico que encantou os adolescentes no início dos anos 60, quando o mesmo Lancaster (foto) - hoje já envelhecido, como veremos em "Scorpio" (Cine Vitória, a partir do dia 29) - mostrava ser também um notável acrobata, e que de certa forma teria seqüência em outro clássico de aventuras. "O Pirata Sangrento" (The Crimson Pirata, 1952, de Robert Sidomak), também relançado agora no Brasil (atualmente em cartaz nos cines Art e Scala, em São Paulo). É difícil falar com exagerado otimismo destes dois filmes mágicos de 20 anos atrás, que talvez possam parecer envelhecidos para uma nova geração - de uma formação cultural diferente.
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