CINEMA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de março de 1973
Depois de mais de 30 anos na RCA, onde fez toda uma carreira, estréia na Odeon fazendo um LP que ele próprio considera "talvez o mais importante" da sua vida, Luiz Gonzaga atinge dois públicos: o tradicional, gente simples que aprendeu suas músicas a partir dos anos 30 e a camada mais jovem, que após a revalorização que os baianos deram a alguns de seus temas ("Assuã Preto", na interpretação de Gal Costa, é, para mim, um momento definitivo), passaram a respeitá-lo bastante. Luiz Gonzaga - que numa promoção da Prefeitura com patrocínio das Lojas Universal, estará cantando para o povo na concha acústica, da Praça Afonso Botelho, no próximo dia 29 de março - apresenta neste seu novo disco algumas composições em parceria com o Pernambuco Nelson Valença (Cantarino, Juvina, O Fole Roncou, O Bom Improvisador, Mulher de Hoje) e de seu mais antigo parceiro e amigo, Humberto Teixeira (Asa Branca e o recente "Baião de São Sebastião"). Outro álbum saudosista que a Odeon lança neste mês é o lp de Carlos Galhardo (foto), uma das grandes vozes românticas do cancioneiro nacional. Também Galhardo esteve anos na RCA-Victor e agora decidiu passar para a Odeon, que está oferecendo melhores condições aos nossos artistas. Galhardo regrava e recorda alguns dos momentos mais importantes da música brasileira do passado, fazendo um disco que não é só saudosismo - que traz também uma alta dose de informação para as gerações mais novas.
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