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Aramis

A colheitadeira de Camilotti

De uma simples invenção doméstica, desenvolvida na garagem de sua fazenda em Clevelândia, o gaúcho Orellio Camilotti, 49 anos, 7 filhos, desde 1955 no Paraná, acabou criando uma nova indústria de máquinas agrícolas. Sua plataforma para colher milho, adaptável em qualquer colheitadeira convencional, que lhe valeu o prêmio "Agricultura Hoje", setor "Tecnologia Agrícola" e no ano passado, na promoção da Bloch Editores, está hoje aprovada: mais de 100 unidades já estão espalhadas entre agricultores do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso e agora, com financiamento do Banco de Desenvolvimento Econômico do Paraná - primeira parcela de Cr$ 900 mil - ampliou a produção para 200 unidades em 1977, com planos para chegar a uma unidade por dia a partir de 1978. A plataforma que permite a colheita de milho - batizada de "Daniel" em homenagem ao filho caçula, que o auxiliou no desenvolvimento da invenção - é oferecida aos agricultores como uma solução prática e econômica: as colheitadeiras tradicionais não se adaptam ao corte do milho, devido suas hastes longas e o único tipo existente custar mais de Cr$ 150 mil (a "Daniel" oscila de Cr$ 30 a Cr$ 35 mil) . O modelo inicial, com as linhas de cortes separadas de 80 a 100 cms, foi adaptado para linhas de corte mais próximo (20 cm de separação ), o que permite o funcionamento da máquina em qualquer direção, independente do sistema empregado no plantio do milho. A primeira unidade com esta inovação já foi entregue a Sadia, com excelentes resultados. *** A indústria de plataformas para colheita de milho de Camilotti funciona em Clevelândia com 15 operários e uma produção totalmente absorvida pelo mercado regional. Com o crescimento das encomendas está ampliando a fabricação - agora já com a "Daniel 2", com modificações bastante práticas. A viabilidade da BR-101 Nove firmas de estudos e projetos habilitaram-se à fase de pré-qualificação para a concorrência publica destinada a contratação do estudo de viabilidade da construção do trecho Garuva-Peruibe da BR-101, única parte da extensa rodovia longitudinal ainda sem qualquer obra. Iniciando em Touros, Rio Grande do Norte, a BR-101 atravessa com seus 4.517 km todo o litoral brasileiro, até chegar a cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. *** O trecho Garuva-Peruibe da BR-101, com extensão aproximada de 350 km, atingirá o Litoral do Paraná e parte do paulista - Guaratuba, Morretes, Antonina, Guaraqueçaba, Cananéias e Peruibe, praticamente uma das zonas mais inospitas do Sul. Ao lado de sua importância econômica, estratégica e turística, a BR-101, neste trecho, virá promover o desenvolvimento de toda aquela região principalmente nas áreas de Guaraqueçaba e Cananéias, municípios limítrofes do Paraná-São Paulo - e cuja linha divisória é até hoje pomo de discordia entre os dois Estados. *** Mas não deve haver euforia com relação a data: o estudo de viabilidade econômica ainda vai ser contratado, sua execução levará no mínimo um ano, oferecendo então números que comprovarão necessidade (ou não) de sua execução. Depois terá que ser feita nova concorrência pública para contratação do projeto de engenharia - fase demorada, para, só então, ser feita concorrência de execução de obras: Ou seja, já na década de 80 - e quando, espera-se, não hajá tantos problemas orçamentários para obras públicas. Afinal, o custo da BR-101, será elevadíssimo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
18/06/1977

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