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Aramis

As diárias do Estado

Vale a pena ao servidor público, mesmo ao que exerce alto cargo de assessoramento, viajar a serviço, faturando diárias? Até o último dia 8 de julho, não. Afinal, a inflação havia também devorado o valor do adicional que o Estado paga cada vez que um servidor se ausenta, a serviço, da sede de seu trabalho. Agora, o valor das diárias foi atualizado - embora, na opinião geral, ainda esteja abaixo do desejável. xxx Secretários de Estado, Chefes da Casa Civil e Militar, Procurador Geral do Estado e Procurador Geral da Justiça, quando em viagem a Brasília, Foz do Iguaçu e capitais de outros Estados, recebem Cz$ 5.150,00 por dia. Se o deslocamento for para as principais cidades do Estado - Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa, a diária cai para Cz$ 3.570,00. Para os demais municípios, uma redução ainda maior - Cz$ 2.380,00. Já os ocupantes de cargos em comissão de direção e assessoramento superior - bem como os pilotos das aeronaves que servem ao governador Álvaro Dias (e, portanto, os que mais viajam) têm diárias de Cz$ 4.820,00 e Cz$ 3.680,00, respectivamente, quando saem do Estado e Cz$ 2.580,00 quando fazem viagens ao Interior. xxx Em outros cargos de confiança, que incluem assessores, procuradores, agentes fiscais, técnicos, etc. - as diárias são de Cz$ 3.090,00, Cz$ 2.060,00 e Cz$ 1.370,00. Agora, para a arraia miúda, as diárias continuam ridículas: se a viagem for para alguma capital será de Cz$ 2.470,00; para Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa, Cz$ 1.650,00 e os demais municípios, Cz$ 1.100,00. xxx Frente aos valores das diárias, em termos oficiais, uma pergunta se faz: por que tantas viagens de funcionários para o Rio de Janeiro. Afinal, se a diária é pequena, qualquer deslocamento implica em despesas pessoais. É bem verdade que em relação as companhias e Fundações Estatais, a situação não se submete a estes limites. Ao contrário, há fundações cujos diretores semanalmente fazem longas - e muitas vezes dispensáveis - viagens entre São Paulo-Rio de Janeiro-Brasília. xxx O governador Álvaro Dias, aliás, deverá determinar investigações rigorosas para saber porque assuntos que podem ser tratados por telefone ou telex, são desculpas para que alguns ocupantes de cargos de direção, esbanjem em viagens supérfluas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
17
16/07/1987

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