Enéas, Parimé e Bayard
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de março de 1985
Apenas a família aguardava domingo, pela manhã, o senador Enéas Faria, no Aeroporto Afonso Pena. De blaiser branco, mostrando ainda o cansaço dos últimos movimentados dias de Brasília, o primeiro secretário do Senado, contava detalhes da longa noite de 14 de março, em Brasília não dormiu. Na histórica posse do vice-presidente José Sarney, coube a Enéas Faria, com sua voz clara de muitos anos de rádio e televisão, fazer a leitura dos textos legais.
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No aeroporto, estava um de seus mais fiéis amigos: Parimé Brasil, que na década de 60 fez muita política estudantil em Curitiba, sempre ao lado de Enéas que foi um dos mais ativos presidentes da União Paranaense dos Estudantes Secundários, quando ali sucedeu a Cândido Manoel Martins de Oliveira - hoje candidato a candidato ao governo do Paraná.
Filho de uma das mais influentes famílias de Roraima, Parimé voltou àquele território e foi eleito vereador, presidindo por dois períodos a Câmara de Vereadores de Boa Vista, na Capital. Mas a política continua - seu irmão, Amazonas, o substituiu no Legislativo e ele sorri quando o apontam como candidato ao governo. Enéas, diz:
- "Só que lá não há ainda eleições. E ele terá que ser biônico, contrariando sua formação de disputar sempre cada voto, como fazia desde 1956".
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Enéas diz que "agora ficou tudo em compasso de espera", referindo-se à indicação de Bayard Osna à direção-geral do Dentel. Também ex-líder estudantil, larga vivência em meios de comunicação como publicitário e editor de "Curitiba Shopping", além de um passado de radialista, Bayard - atual presidente da URBS - é um dos poucos nomes ainda fortalecidos para alcançar um cargo federal de expressão. A seu favor tem apoio de muitas áreas e, sempre habilidoso, contornou todos os possíveis focos de atrito.
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