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Aramis

No campo de batalha

Apesar da recessão artística - que já começou - neste fim-de-semana um espetáculo classe "A" deve justificar a ida ao Four Seasons, do Bourbon Tower: o empresário Mozart Primo, disposto a movimentar aquele espaço sofisticado - mas até agora ocioso em termos de atrações - traz o maior violonista brasileiro - Baden Powell. De quebra, a big band do veterano Osval, com standards da época de ouro da música americana. Baden apresenta-se amanhã e sábado. xxx Bayard Osna, ex-presidente do Coritiba F. C., volta à publicidade. Fez um acordo operacional com Jamil Snege, o que significará a conquista de novas - e gordas - contas para a Beta Publicidade. Aos 52 anos, 30 de comunicação, Bayard tem um curriculum repleto de experiências em várias atividades - incluindo uma bem sucedida permanência na presidência da URBS durante a administração Maurício Fruet. xxx Da forma mais elegante, o pianista Arthur Moreira Lima fez questão de transferir, em todas as oportunidades, os aplausos para o grande baterista Luciano Perrone, 82 anos, que trouxe especialmente para a apresentação de "Brasiliana nº 2" de Radamés Gnatalli, com o qual foi encerrado o concerto da Orquestra de Câmara de Curitiba, terça-feira, comemorativo aos 45 anos da Olsen e incluído dentro da (reduzidíssima) programação de festejos do aniversário de Curitiba. xxx Com uma extrema vitalidade, memória prodigiosa, Perrone, na vida musical desde os 5 anos (quando, como menino-cantor, participou de uma montagem lírica que tinha Enrico Caruso como atração, no Municipal do Rio de Janeiro) encantou a todos que com ele estiveram nesta sua vinda a Curitiba - cidade que não revia há mais de 30 anos. Durante 53 anos, Perrone trabalhou com Radamés Gnatalli (1906-1988) e só em homenagem ao grande mestre foi que aceitou o convite de Arthur para solar, na bateria - e conduzir a percussão (com integrantes das escolas de samba Mocidade Azul e Ideais do Ritmo, de Curitiba) no concerto regido pelo maestro Luthero Rodrigues. xxx Emílio Pitta vai remontar "Lá", de Sérgio Jockymann - que durante décadas foi a peça com o qual José Maria Santos mais atuou em palcos do Sul. Elegantemente, procurou Rute Santos, viúva do ator, e só depois de seu consentimento anunciou o projeto. E com isto já terá pronto o espetáculo para a abertura do Teatro José Maria Santos - a ocorrer dentro de algum tempo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
22/03/1990

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