Etiquetas alternativas com algumas surpresas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de abril de 1990
De repente, produções regionais e independentes aparecem com uma (fugaz) distribuição nacional. Por exemplo, a Polygram assumiu a prensagem e distribuição de "Violeiros de Goiás" (Torremolinos, 1989), gravado em agosto do ano passado, pela Orquestra de Violeiros de Goiás. Formada por duas dezenas de instrumentistas populares, esta original orquestra executa composições brasileiríssimas, com gosto de terra, como "Seresta" (Newton Teixeira / Alvarenga / Ranchinho), "O Carro e a Faculdade" (Sulino / José Fortuna), "Passagem do Araguaia" (Sinval), "Chico Mineiro" (Tonico / Francisco Ribeiro), "Deusa do Araguaia" (Lindomar Castilho / Lázaro Libero dos Santos), entre outros. De Recife, a Polydisc surpreende incluindo entre muitos artistas regionais, três surpresas: o retorno de Evaldo Gouveia, cantando seus maiores sucessos em parcerias com Jair Amorim; Noite Ilustrada (Mário Sousa Marques Filho, Pirapetinga, MG, 10/04/1928) e Luiz Américo, que ficou famoso com "Camisa 10", um hino futebolístico que com a proximidade de nova Copa pode retornar a programação.
Já outra nova etiqueta, a Esfinge, de São Paulo (Rua Dona Germaine Buchard, 584), promove o ressurgimento de Biafra, que com "Leão Ferido" ajudou bastante a CBS a aumentar seu rendimento - mas que acabou sendo esquecido. Pela mesma etiqueta, ao lado de artistas bregas - inclusive a acordeonista - cantora gaúcha Mary Teresinha (por anos companheira do falecido Teixeirinha) há também o ressurgimento de João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, trazendo rockbillys humorados e marotos deste grupo que apareceu em 1983, e cujos integrantes após quebrarem a cara em tentativas de vôos solos, preferiram retomar a linha facilmente comunicativa de seus primeiros trabalhos.
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