Ficção-ecológica
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de julho de 1992
O jornalista Peter Benchley, que depois do sucesso de Tubarão (levado ao cinema), passou a dedicar-se à ficção, surge agora em a Besta (Editora Rocco, 292 páginas).
Lembrando o mundo de Vinte mil léguas submarinas, onde o misterioso capitão Nemo enfrenta um polvo gigante, Benchley soube criar uma história tão emocionante quanto a do consagrado Júlio Verne. Também um apaixonado pelo mar, ele mostra neste romance as nefastas, e nada inverossímeis, conseqüências do desequilíbrio ecológico.
Uma série de fatos trágicos, aparentemente sem conexão ente si, vão se sucedendo enquanto o protagonista da aventura, Whip Darling - um conceituado especialista das profundezas dos oceanos, vivendo próximo às Bermudas - vai rastreando lendas, vítimas, testemunhas, seus próprios conhecimentos marítimos e confrontando-os com as evidências de que alguma criatura, terrivelmente insaciável, tomou conta dos mares.
Lá, no "fundo das águas escuras, à espreita", com seus oito tentáculos descomunais, a aberração provocada pela ignorância do Homem, aguarda o próximo impulso para atacar.
É o imortal e contagiante sabor das velhas histórias de aventura, com o ritmo e os questionamentos deste final de século, fazendo brilhar, mais uma vez, nossa imaginação.
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