Flores, cartuns & Pinóquio
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de outubro de 1980
Numa das maiores mesas já formadas no esfumaçado Bar Palácio, madrugada de sexta-feira, Ziraldo explicava suas posições consideradas antifeministas, objeto de noticiário nacional nos últimos dias. As senhoras presentes faziam colocações sobre a independência da mulher e seu espaço no mundo. Mas todas se emocionaram quando o irmão mais novo do humorista, Ziralzi, 47 anos, comprou todas as rosas que um garoto oferecia, e as distribuiu às presentes. Ziraldo comentou:
- Ele faz isto porque não é humorista. É funcionário da Thomaz de la Rue. A fábrica do dinheiro...
* Durante o jantar enfrentando sangrendo filé-grisset ao longo de algumas dúzias de cerveja, Ziraldo acabou ajudando, mais uma vez os cartunistas: sugeriu que seja feita uma seleção de dez trabalhos de méritos, injustiçados na premiação e cada um seja adquirido por uma empresa ou instituição do Paraná. O editor Faruk El Khatib e o engenheiro Luís Groff foram os primeiros a garantir a compra. Groff, aliás, participou indiretamente da mostra: foi autor da idéia do cartun de Luís Cesar Rodacki que mereceu menção honrosa. E Rodacki, um desenhista de tanto talento quanta timidez, ao ser informado, por telefone de que deveria comparecer na Fundação Cultural, apelou para Groff:
* Ziraldo está concluindo o sétimo volume de sua antologia de anedotas de salão. E considera que a melhor a aparecer no próximo lançamento da Codecri será a seguinte:
"No Céu, Jesus teve sua atenção voltada para um velhinho, que andava entre as nuvens, ar absorto e perdido. Procurou o ancião e lhe perguntou se podia auxiliá-lo em alguma coisa.
- Sou um carpinteiro e estou a procura de meu filho.
Jesus, então disse:
- Meu Pai! Meu pai!
Ao que o velho homem respondeu, abraçando-o:
- Pinóquio!.
LEGENDA FOTO 1 - Ziraldo
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