Futebol S/A (I)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de junho de 1974
Merecer uma reportagem de capa de uma das revistas mais respeitadas nos círculos empresariais como a Banas representa, realmente, a consagração de um executivo. E ao dedicar na semana passada a sua capa e principal reportagem ao empresário Edson Arantes do Nascimento, o editor Geraldo Banas mostrou realmente que o empresário substituiu a Pelé - o maior fenômeno da história do futebol em todos os tempos. Um texto repleto de curiosas informações, faz com que a reportagem de Banas adquira um amplo interesse, e considerando a circulação dirigida da publicação paulista justifica a transcrição dos tópicos mais interessantes. De princípio, a revista faz um retrospecto do futebol em termos financeiros, lembrando que o Campeonato Nacional, em sua primeira edição, faturou Cr$ 20 milhões, que somados aos campeonatos amistosos e jogos da seleção totalizaram um faturamento anual bruto superior a Cr$ 50 milhões. Segundo levantamentos efetuados em 1971, o futebol era responsável no balanço de pagamentos por uma captação de divisas da ordem de US$ 250 mil. A Loteria Esportiva estimulou poupanças mensais de Cr$ 120 milhões. O futebol constituiu-se definitivamente numa respeitável indústria, com faturamentos muitas vezes superior ao de numerosas empresas. Em 1972, os 11 clubes de São Paulo apresentavam um lucro mensal de Cr$ 721.306,00. Considerando-se todos os setores dos clubes, totalizando 1.361 funcionários, o movimento financeiro registrado era da ordem de Cr$ 46.720.383,00. o valor patrimonial dos clubes ascendia a Cr$ 941.060.960,00.
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