Futebol $/A (III)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de junho de 1974
O caso de Pelé, em termos financeiros dentro do futebol, é considerado uma exceção, mesmo entre os jogadores mais bem pagos do mundo. Como analisou a revista "Banas", o futebol foi a base de tudo, mas curiosamente, ele ganhou a maior parte do dinheiro em outras atividades. Até 1964, Pelé era o terceiro salário do Santos, logo após o de Zito e o de Mauro Ramos. Mesmo sem ter conseguido os dados da declaração de rendas do craque do passado a editora de Banas - influente publicação da área econômica, que pela primeira vez dedicou uma reportagem de capa a um jogador de futebol - faz uma análise do empresário Edson Arantes do Nascimento, que criou uma empresa Holding - Pelé - Administração, Comércio e Propaganda, que ocupa todo um andar num dos mais luxuosos prédios do centro de Santos. Os interesses de Pelé se distribuem pela área imobiliária e por algumas indústrias.
Dono de mais de 100 apartamentos e lojas comerciais em Santos, há 3 anos Pelé ganhava aproximadamente Cr$ 300 mil mensais, importância que quase triplicou até agora, pois suas empresas também cresceram: a Pelé - Administração, Comércio e Propaganda, com capital de Cr$ 2.002 milhões, comanda as demais empresas: Pelé - Assessoria Aduaneira (capital de Cr$ 100 mil), Useleite e Satel, transportadora de combustíveis. Além disso cuida dos interesses de Pelé na Fiolax, onde é um dos principais acionistas; e na Unibrex, empresa formada em associação com a Caloi e o grupo Morpol para a exportação de produtos brasileiros para a África. Finalmente estabelece os contratos de propaganda, administra os imóveis alugados e orienta os seus rendimentos para novas aplicações. Acrescente-se a tudo isto mais o contrato de US$ 100 mil, que Pelé firmou (por cinco anos) com a Pepsi-Cola, e imagine-se a fortuna do menino pobre que se tornou uma lenda.
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