Sucessos descartáveis e a chegada de Maíra
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de agosto de 1991
Guto Graça Mello, um dos primeiros diretores artísticos da Sigla, costumava definir esta etiqueta do grupo Globo, como "uma marca de marketing". Realmente, a visão dos produtores da Sigla é de acertar sempre no gosto do grande público - seja em montagens de elepês por gêneros, intérpretes, telenovelas ou dos (poucos) contratados. Por exemplo, dois discos de consumo certo, em faixas distintas.
"Lovelights Hits" traz uma suave seleção que Sérgio Motta montou reunindo Bee Gees ("To Much Heaven"), Carly Simon ("You're So Vain"), Diana Ross ("It's My Turn"), Tony Bennet ("I Left My Heart In San Francisco"), Gilbert O'Sullivan ("Alone Again"), Johnny Rivers ("Poor Side Of Town"), entre outros.
Já "Furacão 2000" - com uma capa que é uma referência a célebre cena do metrô nova-iorquino, com a saia de Marilyn Monroe levantada em "O Pecado Mora ao Lado" - traz o repertório que o mesmo Motta mais os DJs da Discoteca Furacão 2000, selecionaram - incluindo gente dos que gostam dos embalos de sábado a noite, como Raw Dag, Afrika & The Zulu Kings, Miami Girls, Lídia Lee Love etc.
Em outra faixa, Maíra, lançada no "Domingão do Faustão", com um repertório diversificado, saiu de Goiânia para entrar no mercado consumista de cantoras infanto-juvenis. Para tanto, um repertório que mistura desde sucessos de Chitãozinho e Chororó ("Majestade o Sabiá") ao ecológico "Planeta Verde", tendo, entretanto, algumas raízes rurais - que justificam simpatia com a garotinha: "No Rancho Fundo", "Fogão de Lenha", o ótimo "Amora" (Renato Teixeira) e o oportuno "Aos Povos da Floresta" (Mu/Paulinho Tapajós).
Enviar novo comentário