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Aramis

Garfunkel, uma presença viva

Fanchette, engenheira e planejadora de cidades. Sua mãe, madame Helene Cinvert, a educadora que ensinou francês à várias gerações de curitibanos. O pai, Paul, cujas aquarelas, desenhos e óleos ficam como memória visual do Paraná que a família adotou em 1943 - 13 anos após terem chegado a Santos. O irmão, Pierre (1927-1968), morreu jovem e deixou dois filhos - os compositores e instrumentistas Jean, 35 e Paul, 32, vencedores de alguns dos mais importantes festivais de MPB realizados nos últimos 10 anos no Brasil. Uma família que, cada um, de sua maneira, tem uma presença na cultura. Fanchette morreu na madrugada de domingo, sem tempo de conhecer a sua neta - com nome já escolhido, Laura, e que a filha Mônica, casada com o economista Daniel Silva, espera para os próximos dias. Luca (Luís Carlos), 26, o filho caçula, chegou há poucos dias de Paris, cidade na qual reside nos últimos anos. A memória de Paul Garfunkel, artista de rara sensibilidade e, especialmente, a de madame Helene - que faleceu também num mês de agosto, dia 12, 1982 (na mesma data em que morria o ator Henry Fonda), foi mais que apenas a mestra da Aliança Francesa, na qual se dedicou de 1949 até poucas semanas antes de sua morte. Como diretora daquela instituição, madame Helene foi quem ajudou a toda uma geração de jovens e talentosos paranaenses - especialmente engenheiros (entre os quais Pedro Viriato Parigot de Souza, Jaime Lerner, Maurício Schulman, Hiram Lamas, Saul Raiz, Lubomir Dunin, etc.) a fazerem cursos e estágios na França. Mais de 250 jovens, quase todos da classe média - e que com recursos próprios jamais poderiam ter estudado na Europa - abriram suas fronteiras graças as bolsas que ganharam com o apoio de madame Helene. À eles, somaram-se professores, bibliotecários, jornalistas, etc., que sempre tiveram de madame Helene, mais do que a mestra de francês, a amiga e orientadora. A saudade que a morte do pintor Paul, há 8 anos e madame Helene deixaram, soma-se agora à ausência da filha Fanchette.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
29/08/1989

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