Madame Satã, herói em HQ
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de agosto de 1986
Figura folclórica da boêmia carioca, Madame Satã (João Francisco dos Santos), 10 anos após a sua morte, acaba de ganhar uma consagração póstuma: herói de história em quadrinhos.
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A iniciativa foi de Luiz Antonio Aguiar e Júlio Shimamoto que criaram uma esplêndida história em que o famoso homossexual e malandro carioca envolve-se nuam história de espionagem ambientada em 1940, nas semanas que antecederam a decisão de Getúlio Vargas em se alinhar a favor dos Aliados contra as potências do Eixo.
Com muita verve, Aguiar criou uma estória em que personagens reais participam de uma trama digna de 007 e embora "nada do que o leitor vai ler, tenha acontecido, realmente, tudo poderia ter acontecido, já que num país de ficção como o Brasil, o limite entre a verdade histórica e a imaginação sempre se confundiram, e as esparrelas podem ter ocorrido como o sonham os mais delirantes, sem que, com isso, estejam fugindo ao compromisso com a verdade".
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Os desenhos de Shimamoto são extremamente cinematográficos e o álbum - "Nos tempos de Madame Satã" se constitui o segundo volume da coleção "Esparrelas do Brasil", coordenado por Domingos Demasi para a editora Marco Zero, de São Paulo.
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